Efeito neuroprotetor do vinho ruby cabernet sobre o prejuízo de memória em camundongos hipercolesterolêmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Viana, Cristini Escobar lattes
Orientador(a): Jesse, Cristiano Ricardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3377
Resumo: A hipercolesterolemia se caracteriza pela elevação patológica da taxa de colesterol sanguínea aumentando a formação de radicais livres, o qual provoca oxidação e danos nos lipídios celulares causando crescimento da atividade inflamatória e progressão negativa da função cognitiva. O consumo de vinho tinto atua minimizando estes efeitos, inibindo a expressão de citocinas e modulando os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), da proteína cíclica de ligação ao elemento AMPc-resposta (CREB), dos microRNAs (miARN), e a ação da enzima acetilcolinesterase (AChE). Os antioxidantes, os flavonóides e os polifenóis tornaram-se as primeiras substâncias contidas no vinho tinto com efeitos benéficos comprovados em várias doenças, como a inibição da oxidação de LDL e parâmetros envolvidos na resposta inflamatória. A ingestão regular de bebidas ricas em polifenóis demonstra exercer consequências favoráveis à saúde humana, como diminuição da incidência de doenças cardiovasculares, câncer e proteção contra doenças neurodegenerativas, entre outras. Portanto, o presente estudo teve como objetivo investigar o potencial efeito neuroprotetor do vinho Ruby Carbenet em camundongos nocaute para o receptor LDLr-/- expostos à dieta hipercolesterolêmica. O vinho foi submetido a análise em vitro para quantificação de polifenóis, antocianinas, ácido cafeico, ácido gálico, epicatequina e resveratrol. Foram utilizados 40 camundongos adultos com 90 dias, de 20 a 25 gramas. Os animais foram divididos em 4 grupos (n=10) e para a indução da hipercolesterolemia foi borrifado colesterol diluído em álcool puro 96° C, sobre a dieta comercial (Puro Trato PB 22) durante 90 dias. Ao final do tratamento foi realizado teste comportamental de memória, tarefa do labirinto aquático de Morris (MWMT), logo após, o sangue foi coletado por punção cardíaca e o córtex pré-frontal e o hipocampo foram removidos para os ensaios bioquímicos. Foram determinados os níveis de lipídios plasmáticos e as citocinas pró-inflamatórias, interferon gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral-α (TNF-α), interleucina-1β (IL-1β) e interleucina-6 (IL-6) no hipocampo e córtex pré-frontal. Também foram avaliadas a atividade da AChE e os níveis das proteínas estruturais BDNF e CREB, e os biomarcadores microRNAs. Nossos resultados mostraram que a dieta hipercolesterolemica causa um aumento nos lipídios plasmáticos, nas citocinas pró-inflamatórias e na atividade da enzima AChE nos camundongos LDLr-/-, o que foi atenuado pelo consumo de vinho tinto através da diminuição do estado inflamatório. A dieta com elevado índice de colesterol diminuiu os níveis de BDNF, CREB e microRNAs cerebrais, e o consumo moderado de vinho tinto foi capaz de reverter estas proteínas estruturais BDNF e CREB, e os biomarcadores miRNA146a e 155, promovendo a neuroproteção e a melhora da memória. O vinho Ruby Cabernet apresentou potencial antioxidante confirmado pelos seus teores de ácido gálico 135, 3 mg/L, ácido caféico 91,2 mg/L, epicatequina 242,2 mg/L e resveratrol 102,2 mg/L. O consumo moderado do vinho proporcionaram aos camundongos melhora no déficit cognitivo e plasticidade, corroborando com o resultado do teste comportamental, no qual o MWMT está relacionado com o sistema de aprendizado e memória. Com isso, verificou-se que o vinho Ruby Carbenet demonstrou efeito neuroprotetor e reduziu os níveis dos lipídios plasmáticos, modulando as citocinas, agindo na manutenção da neuroplasticidade e regulação da atividade da acetilcolinesterase em camundongos hipercolesterolêmicos. Palavras-chave: Compostos fenólicos. Déficit cognitivo. Dieta com elevado índice de colesterol. Camundongos nocaute para receptor LDLr-/-. Neuroplasticidade.