Por que(m) consumo? Compreendendo o comportamento de consumo tecnológico das crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Zeni, Lauriane Tramontina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/5714
Resumo: O que era apenas para suprir necessidades básicas, atualmente vem se tornando objeto de desejo e consequentemente, sinônimo de acumulo e isolamento social. Para todos os problemas e doenças, sempre existiu um remédio. Atualmente, para todos os problemas e doenças com causas sociais, existe uma única e direta solução: o consumo. Neste cenário, não existem apenas alguns atores, nele, toda e qualquer pessoa participa: desejando, escolhendo, comprando, usando, ficando em casa isolada apreciando, navegando, buscando saciedades sociais. Bebês, crianças, adolescentes, adultos, idosos: todos fazem parte da peça, todos consomem e todos possuem desejos. Todos querem alguma coisa, todos precisam saciar algum desejo, ou mesmo necessidade, mas será que para todos, o consumo tem a mesma característica? Apesar de sugerir uma rápida resposta positiva, o consumo surge na vida das pessoas de diversas formas e estudos apontam, que para cada ser, há uma maneira diferente. Neste sentido, o entendimento de como ocorre este processo é fundamental, pois representa uma importante fonte de compreensão social, tanto do presente quanto do futuro, pois estudar o comportamento de crianças é compreender o comportamento de pessoas que em pouco tempo serão responsáveis pelo desenvolvimento sócio-econômico-ambiental, não apenas local, mas mundial. Esta dissertação teve como objetivo geral compreender o comportamento de consumo eletrônico de crianças de oito a 12 anos da cidade de Guaporé, localizada no estado do Rio Grande do Sul. O estudo caracterizou-se como pesquisa social qualitativa, constituindo-se de caráter exploratório. Envolveu levantamento bibliográfico em um primeiro momento, seguido de um focus group auxiliado por uma adaptação do método ZMET, contemplando 11 crianças de oito a 12 anos em uma escola pública da cidade de Guaporé. Para a análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, tendo como foco, a busca por informações ocultas no discurso dos participantes. Os resultados mostraram que, diferente de dados coletados em livros e artigos científicos, as crianças de Guaporé possuem um comportamento distinto das que residem em metrópoles ou mesmo que foram utilizadas para as pesquisas anteriores. As crianças consomem e possuem desejos, porém o que as diferenciou dos demais estudos, foi a participação ainda passiva nas compras para a casa, o consumo voltado mais para o prazer imediato, através de jogos e de redes sociais e o reconhecimento da alteração no comportamento das crianças, que segundo os próprios participantes, vem se tornando cada vez mais isolado. Ainda que todos possuam menos de 13 anos, apenas os dois participantes mais novos – nove anos – não possuem redes socais e nem smartphones. Os demais, conforme observado em estudos anteriores, já possuem perfil em mais de uma rede social e reconhecem que mesmo estando junto com amigos e/ou familiares, permanecem utilizando os aparelhos como forma de comunicação e interação social. Os resultados apresentam divergências e convergências entre eles, mas algumas similaridades importantes é que todos tiveram o primeiro contato com a internet sozinhos com 11 anos ou menos, todos utilizam a plataforma Youtube para acessar vídeos, desde de canais de jovens vlogueiros até canais de instalação de jogos. Uma constatação que destacou-se foi que apesar de se considerarem crianças, nem todos gostam de brincar, preferindo ficar sozinhos com seus smartphones.