Estimativa da contaminação ambiental por antiinflamatórios não-esteroidais em ambiente aquático: um estudo de caso no estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gamarra Junior, Javier Salvador lattes
Orientador(a): Oliveira, Cíntia Mara Ribas lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2331
Resumo: Antiinflamatórios não-esteroidais (AINE) são medicamentos amplamente utilizados na terapêutica humana e veterinária no mundo, principalmente para a dor e processos inflamatórios. Podem ser prescritos ou isentos de prescrição, gerando produção e consumo que podem atingir milhares de toneladas por ano. Diclofenaco e ibuprofeno são dois dos mais importantes AINE e têm despertado a atenção da área ambiental em razão de serem constantemente identificados em pequenas concentrações (de ng.L-1 a µg.L-1), sobretudo em ambiente aquático. No presente trabalho, fez-se a estimativa da concentração prevista destes fármacos no ambiente aquático, os possíveis riscos decorrentes de seu uso e o levantamento de propostas de mitigação do problema dos fármacos como poluentes ambientais. Para tanto, determinou-se a concentração ambiental prevista (CAP) dos AINE diclofenaco e ibuprofeno em ambientes aquáticos de 381 municípios do Estado do Paraná, Brasil, com base em dados obtidos a partir do Consórcio Intergestores Paraná Saúde, referentes à utilização destes fármacos pela rede pública de saúde de 2003 a 2005 e de diclofenaco baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Curitiba de 2005 a 2006. A partir destes dados buscou-se determinar o risco ambiental gerado por tais substâncias em ambiente aquático e avaliar a necessidade de ações para minimização de seu impacto ambiental. Utilizou-se um modelo baseado no da Agência Européia de Medicamentos (EMEA) para a investigação do risco destes fármacos em ambiente aquático, tendo sido calculadas as CAP de Fase I e de Fase II (que considerou dados sobre metabolismo, excreção - CAPexcr e eficiência de remoção dos AINE investigados em estações de tratamento de esgoto (ETE) - CAPfiltro e CAPlodo). Foi calculada, então, a estimativa do risco ambiental com a razão CAP/CAPNE, baseando-se em valores ≥ 1 como indicativos de risco ambiental (RA). A CAP de Fase I e as de Fase II foram estimadas em µg.L-1. Os resultados expressaram um potencial de risco ambiental que não pode ser desconsiderado, em muitos municípios superior aos de estudos feitos principalmente na Europa e Estados Unidos. Para diclofenaco, após refinamento considerando somente metabolismo e excreção (CAPexcr), na amostra de municípios do Consórcio, cinco municípios apresentaram RA em 2004 e oito em 2005. Os resultados para diclofenaco de RA considerandose eficiência de remoção em ETE para 2004 foram identificados para três municípios em 2004 (Bom Jesus do Sul, Brasilândia do Sul e Diamante D’Oeste) e cinco em 2005. Para ibuprofeno, em 2003 (CAPexcr e CAPfiltro), três municípios.apresentaram risco ambiental (Diamante D’Oeste, Joaquim Távora e Santa Amélia), o que aumentou significativamente em 2004 (RA CAPexcr = 17 municípios, RA CAPfiltro = 10 municípios). Em 2005, RA foi determinado pelos valores de CAPexcr para 48 municípios, de CAPfiltro para 43 municípios e de CAPlodo para 10 municípios. O presente trabalho destaca, portanto, a necessidade de que especialistas, autoridades de saúde e ambiente e, principalmente, a sociedade, apropriem-se deste debate, e que se proponham ferramentas para uma efetiva gestão ambiental no tocante a medicamentos que incluam um marco regulatório e uma aproximação da área farmacêutica em relação aos conceitos de responsabilidade ambiental.