Fatores associados ao uso de antiinflamatórios não esteroidais em população de funcionários de uma universidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Luz, Tatiana Chama Borges
Orientador(a): Rozenfeld, Suely
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4991
Resumo: A utilização de medicamentos assume grande importância na sociedade atual por se constituir na prática terapêutica mais freqüente e de maior significância em termos econômicos. Os Antiinflamatórios Não-Esteroidais (AINE) estão entre os medicamentos mais utilizados no mundo, tanto através de prescrições médicas quanto por automedicação. Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas tomem AINE diariamente, apesar do histórico de grave toxicidade e efeitos adversos, principalmente gastrointestinais. O presente trabalho utilizou dados do I Censo Saúde de uma universidade do Rio de Janeiro (Estudo Pró-Saúde), no qual foram aplicados questionários autopreenchíveis, no segundo semestre de 1999, com 4030 funcionários técnicoadministrativos. Nesse estudo os AINE apareceram entre os principais produtos consumidos por esta população com uma prevalência de 7%. O diclofenaco foi o fármaco mais referido, com cerca de 60% do total, seguido do ácido mefenâmico (11,4%), piroxicam (6,1%) e nimesulida (5,7%). Verificou-se que as mulheres têm maior chance de serem usuárias (OR=2,11; IC95%: 1,59-2,79). Os dados foram submetidos à análise multivariada, tendo sido propostos modelos logísticos por sexo. Após ajuste pelas covariáveis estudadas, a carga horária trabalhada na semana foi um importante preditor do uso de AINE tanto para homens quanto para mulheres (OR=1,03; IC95%: 1,01-1,04). Dor e artrose também se mostraram relevantes, com OR=2,89 (IC95%: 1,77-4,71) e OR=2,29 (IC95%: 1,10- 4,75), respectivamente, para os homens; e OR=2,65 (IC95%: 1,89-3,70) e OR=2,00 (IC95%: 1,37-2,93), respectivamente, para as mulheres. Para os homens, a hérnia de disco foi ainda outro preditor (OR=2,27; IC95%: 0,93-5,54), enquanto que para as mulheres, LER (OR=1,64; IC95%: 1,15-2,35); cálculos vesical (OR=1,85; IC95%: 1,00-3,45) e renal (OR=1,81; IC95%: 1,12-2,91) foram identificados como preditores através da regressão. Segundo o perfil de utilização dos AINE, as mulheres e os indivíduos com maior carga horária de trabalho semanal constituem grupos mais vulneráveis, em termos de uso irracional e, portanto, mais sujeitos a programas de intervenção. Os resultados apontam para a importância das condições de trabalho no processo de desencadeamento de doenças.