Discurso, ethos e revistas para adolescentes: uma voz pink

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Nunes, Sílvia Helena Casagrande lattes
Orientador(a): Louzada, Maria Silvia Olivi
Banca de defesa: Micheletti, Guaraciaba lattes, Oliveira, Maria Regina Momesso de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/718
Resumo: Esse trabalho de pesquisa toma como fundamentos de investigação os pressupostos teóricos gerais da Análise do Discurso – AD, Michel Pêcheux e Michel Foucault, mas também e, especialmente, os conceitos de cena enunciativa, ethos e sistema de restrições semânticas, tais como propostos contemporaneamente por Dominique Maingueneau. O objetivo foi investigar em diferentes gêneros – cartas de leitor, editorial, capas, propaganda – que integram a revista CAPRICHO, publicação quinzenal da Editora ABRIL, com tradição editorial de 57 anos, quais as estratégias discursivas utilizadas na constituição da identidade dos seus co-enunciadores e o modo de manifestação do ethos discursivo adolescente feminino, já que o público leitor privilegiado desse periódico são as adolescentes brasileiras. Por tratar-se de discurso midiático, buscou-se também refletir sobre as intrincadas relações entre mídia e discurso, com apoio em autores contemporâneos, tais como Charaudeau, Gregolin, Possenti, entre outros. Os resultados apontam que a revista CAPRICHO, por meio de cenografias variadas, tece em suas páginas um processo discursivo que visa à identificação entre os co-enunciadores, ou seja, busca-se produzir um efeito de unicidade, de compatibilidade entre o seu próprio ethos discursivo - cujos traços são a sabedoria, a cumplicidade, o aconselhamento, a compreensão em relação aos interesses, temas e características de suas jovens leitoras - e o ethos discursivo de suas co-enunciadoras leitoras – as adolescentes brasileiras -, cujas principais características são a vaidade, o imediatismo, a indecisão, o interesse pelo sexo oposto, a curiosidade, a busca de autoafirmação, entre outras. Foi possível também identificar na revista CAPRICHO um tom discursivo, uma “voz que sua semântica impõe”, que associa aos enunciados e aos discursos uma voz e mesmo um corpo e um caráter, mostrados tanto através da semântica usada pelo discurso, como também pelas imagens e ilustrações encontradas nas páginas de CAPRICHO: uma voz pink.