O uso do STarT (Subgroups Target Treatment) back screening tool no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Medeiros, Flávia Cordeiro de lattes
Orientador(a): Costa, Lucíola da Cunha Menezes lattes, Costa, Leonardo Oliveira Pena lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Cidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1084
Resumo: Contextualização: A dor lombar reflete em um alto impacto socioeconômico para a população mundial. Com o objetivo de identificar o prognóstico para a dor lombar, foram agrupados nove itens de fatores prognósticos desfavoráveis em um instrumento denominado STarT Back Screening Tool (SBST). O SBST, que é base dessa tese, permite classificar o prognóstico dos pacientes com dor lombar, em baixo, médio ou alto risco. O SBST tem sido utilizado em diversos países e em diferentes níveis de atenção a saúde. Até o presente momento, a literatura sobre a aplicação do SBST em países em desenvolvimento ainda é escassa. Portanto, o objetivo geral foi explorar a aplicação do SBST em uma amostra da população brasileira. Métodos e resultados: Essa tese foi composta por nove capítulos. Destes, os capítulos 1 e 9 abordam a contextualização e as considerações finais, respectivamente, da tese de doutorado apresentada. Outros cinco capítulos correspondem a estudos de coorte prospectivos sobre o uso do SBST no Brasil. O capítulo 2 e o capítulo 3, envolveram 148 pacientes com dor lombar crônica do departamento de fisioterapia. Já o capítulo 4 e o capítulo 6 envolveram 200 pacientes com dor lombar aguda provenientes dos serviços de emergência. O capítulo 5 envolveu 348 pacientes provenientes das amostras anteriores. Os resultados principais desses estudos foram: 1) O SBST foi capaz de estratificar características clínicas entre os diferentes subgrupos, incluindo a incapacidade, intensidade da dor, ansiedade e depressão (capítulos 2, 3, 4, 5 e 6); 2) Os pacientes classificados como alto risco sempre apresentam sintomas mais intensos, comparados aos outros subgrupos (capítulos 2, 3, 4, 5 e 6); 3) O SBST apresentou melhor desempenho para predizer incapacidade a longo prazo, quando comparado a predição de intensidade da dor (capítulos 2, 3 e 4); 4) O SBST não foi capaz de predizer recorrência de um episódio de dor lombar aguda em um ano (capítulo 6); 5) A maioria dos pacientes com dor lombar mudam de subgrupo após seis semanas quando recebem xxviii um tratamento emergencial ou de fisioterapia (capítulo 3 e 4); 6) O melhor momento para aplicar o SBST visando estratificar características e predizer desfechos é após seis semanas tanto em pacientes com dor lombar aguda quanto crônica. Isso se deve ao fato de que o SBST não foi capaz de predizer desfechos clínicos quando aplicado na avaliação inicial e ajustado para possíveis confundidores (capítulo 3 e 4); 7) O SBST é capaz de detectar mudança clínica a curto e médio prazo em pacientes com dor lombar aguda ou crônica e parece, ter melhor desempenho para pacientes com dor lombar aguda (capítulo 5). Além dos capítulos apresentados, essa tese é composta por mais dois capítulos que não são específicos sobre o uso do SBST no Brasil, mas que abordam tópicos relacionados. No capítulo 7, está descrito um estudo epidemiológico, retrospectivo, envolvendo 37.080 pacientes que teve como objetivo investigar as características e o gerenciamento dos pacientes com dor na coluna em um departamento de emergência. Nesse estudo, foi identificado que a dor na coluna é uma condição de saúde prevalente na emergência correspondendo a cerca de 20% de todas as visitas relacionadas a ortopedia entre 2011 e 2017. Foi observado também que a quantidade de exames de imagem e medicamentos prescritos para esses pacientes é excessiva, comparada com as recomendações das diretrizes de prática clínica. Por fim, foi realizado um estudo de propriedade de medida de um instrumento similar ao SBST, o Keele STarT MSK Tool no capítulo 8. Com objetivo de adaptar transculturamente para o português-brasileiro e testar as propriedades de medida desse instrumento, foram avaliados 151 pacientes com dor cervical, lombar, ombro e joelho. A consistência interna apresentou valores inferiores ao esperado. Porém, os testes de propriedade de medida de confiabilidade, concordância, validade do construto e efeito teto e piso foram considerados aceitáveis quando comparados com a versão original. Conclusão: O SBST mostrou-se como sendo um instrumento capaz de estratificar as características xxix clínicas entre os diferentes subgrupos, predizer a incapacidade a longo prazo quando aplicado após seis semanas, monitorar os desfechos dos pacientes ao longo do tempo, capaz de detectar mudança clínica a curto e médio prazo em pacientes com dor lombar. No entanto, o SBST não apresentou bom desempenho para predizer desfechos clínicos em pacientes com dor lombar aguda ou crônica em uma avaliação inicial. Porém, esse desempenho aumenta quando o SBST é aplicado em uma reavaliação após 6 semanas. A classificação do SBST em subgrupos não foi capaz de predizer recorrência de um episódio de dor em um período de um ano. O Keele STarT MSK Tool foi traduzido e adaptado transculturalmente para o português-brasileiro, e apresentou valores aceitáveis nos testes de propriedade de medida de confiabilidade, concordância, validade do construto e efeito teto e piso.