“Somos todos macacos”: a trajetória textual e a entextualização do slogan em blogs e jornais online

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vilela, Érika Pereira lattes
Orientador(a): Melo, Glenda Cristina Valim de lattes
Banca de defesa: Rocha, Luciana Lins lattes, Rodrigues, Marília Giselda lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/724
Resumo: Esta pesquisa visa analisar a trajetória textual do slogan “Somos Todos Macacos”, em textos publicados em blogs e jornais online. Além disso, pretende investigar os processos de entextualização mobilizados em dois artigos de opinião durante a trajetória deste slogan, o primeiro deles intitulado: “A aula de Daniel Alves e Neymar de combate ao racismo. Ou: também sou macaco!”, publicado no site da revista Veja e o segundo: “Não, não somos macacos. Somos humanos!”, divulgado no portal Afropress. Para realizar este estudo, embasamo-nos nas teorias sobre os atos de fala performativos segundo Austin ([1962] 1990) e Derrida ([1972]1988) e na concepção de raça proposta pelas Teorias Queer (SOMMERVILLE, 2000; SULLIVAN, 2003; BUTLER, [1990] 2003; BARNARD, 2004; LOURO, 2004; WILCHINS, 2004). A pesquisa é uma etnografia virtual (HINE, 2000) que tem como dados: o slogan “Somos Todos Macacos”, textos sobre ele publicados na internet e dois artigos de opinião. Para a análise, são utilizados construtos teórico-analíticos sobre trajetória textual (BLOMMAERT, 2006, 2010), processos de entextualização (BAUMAN; BRIGGS, 2006) e as pistas indexicais indicadas por Wortham (2001). Durante a trajetória, o slogan viajou das redes sociais para a mídia online, sendo extentualizado em 51 textos encontrados por meio do buscador Google. As análises indicam que, mesmo com os diversos discursos raciais da sociedade brasileira, aqueles que fazem referência à igualdade e à democracia racial ainda permeiam a maioria das construções sobre raça. No artigo publicado no site da revista Veja, percebemos o apoio ao silenciamento da reflexão sobre raça, enquanto a análise do texto publicado pela Afropress, ao contrário, nos sugere a importância da denúncia, das punições e das discussões sobre o assunto.