Mulheres brasileiras: a trajetória textual e as entextualizações de duas camisetas esportivas em tempos de copa do mundo 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferreira, Juliana Tito Rosa lattes
Orientador(a): Melo, Glenda Cristina Valim de lattes
Banca de defesa: Pinto, Joana Plaza lattes, Rodrigues, Marília Giselda lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/723
Resumo: A Modernidade Reflexiva (GIDDENS, 1991) nos proporciona a mudança de foco do centro para as margens, possibilitando debates sobre gênero, raça, sexualidade e outras temáticas apagadas na Modernidade. É nesse contexto de inserção do sujeito social, no pensamento contemporâneo, que a pluralidade dos sujeitos aparece. Dentre eles, destacamos as mulheres brasileiras, que no decorrer da Copa do Mundo de 2014, foram retratadas em dois objetos de consumo. A Adidas, patrocinadora do evento citado, ao lançar camisetas enfatiza a construção discursiva e performativa de mulher brasileira construída como atrativo turístico a ser conhecido, o que provocou a polêmica e gerou protestos que se espalharam na internet. Com base nesse contexto, nossos objetivos são descrever a trajetória textual brasileira dos dois objetos de consumo (camisetas para a Copa do Mundo de 2014); analisar três entextualizações dos objetos de consumo citados na trajetória textual estudada e analisar as entextualizações sobre as mulheres brasileiras presentes nos textos selecionados. Para isso, esta pesquisa é de cunho etnográfico virtual (HINE, 2005) e se embasa na concepção de linguagem como atos de fala performativos proposta por Austin ([1962]1990), na releitura que Derrida ([1972]1988) fez de tais atos de fala performativos, nos estudos de gênero e sexualidade sugeridos pelas Teorias Queer (LOURO, 2008, 2010; BUTLER, 2003), no conceito de trajetória textual (BLOMMAERT, 2001; GUIMARÃES, 2014) e nas entextualizações propostas por Bauman e Briggs (1999), Blommaert (2011) e Melo e Moita Lopes (2015). O instrumento de geração de dados são três textos encontrados nas mídias digitais/online e as camisetas. O constructo de análise se embasa nas pistas indexicais propostas por Wortham (2001). Os resultados sinalizam que a trajetória textual dos objetos de consumo é extensa; eles viajam por sites de jornais, blogs, sites de variedades, revistas, páginas específicas para a Copa, etc., as entextualizações são diversas, ninguém é favorável ao lançamento das camisetas. Alguns culpam a Adidas, outros a própria mulher. Percebemos também que ao acionarmos gênero (mulher), nacionalidade (brasileira) e raça (pele escura à negra) temos a construção de mulheres brasileiras mestiças vistas apenas sob a ótica sexual.