Organização supramolecular de fibrilas colágenas estromais em córneas de falconiformes e strigiformes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pereira, Amanda Garcia lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marcela Aldrovani lattes
Banca de defesa: Mattos Júnior, Ewaldo de lattes, Brandão, Cláudia Valéria Seullner lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Ciência Animal
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1176
Resumo: Falconiformes e Strigiformes são aves de rapina que exercem atividades em períodos diurno e noturno, respectivamente. Seus olhos diferem quanto às habilidades de resolução de detalhes de objetos dos campos visuais monocular e binocular. Tais diferenças têm sido associadas à muitos fatores, dentre eles variações na configuração dos componentes do sistema óptico. A córnea é o elemento do sistema óptico que está em contato direto com o meio externo e suas funções refrativas surgem da organização supramolecular do colágeno fibrilar tipo I que compõe o estroma. A hipótese desse estudo é que existem diferenças supraorganizacionais entre fibrilas colágenas estromais das córneas de Falconiformes e Strigiformes. Para testar a hipótese, 22 córneas excisadas de Falconiformes das espécies Caracara plancus, Rupornis magnirostris e Falco sparverius e 28 provenientes de Strigiformes das espécies Tyto furcata, Pseudoscops clamator e Athene cunicularia foram processadas histotecnicamente para cortes de 8 μm de espessura. Valores de retardo óptico associados às birrefringências total, de forma e intrínseca foram mensurados empregando-se microscópio de luz polarizada equipado com compensadores de fase. Coeficientes de coerência, ou seja, orientação de fibrilas colágenas, foram calculados por vídeo-análise de imagens. Todas as avaliações foram conduzidas tanto no estroma anterior quanto no posterior da córnea. Os dados foram analisados por métodos estatísticos uni- e multivariados. Diferenças foram significativas quando p < 0,05. Os resultados confirmaram a hipótese do estudo. Diferenças entre Falconiformes e Strigiformes foram encontradas no estroma anterior. Os retardos ópticos associados às birrefringências total e de forma foram maiores para Falconiformes (p < 0,0001). Em contrapartida, os coeficientes de coerência foram maiores para Strigiformes (p = 0,0168). A estatística multivariada mostrou que a dissimilaridade final entre córneas de Falconiformes e Strigiformes, em termos de supraorganização de fibrilas colágenas estromais, foi de 4,56%. É possível que as diferenças supraorganizacionais reportadas neste estudo sejam fontes de variação da qualidade visual de Falconiformes e Strigiformes. Assim, os resultados desta pesquisa pioneira fornecem as evidências necessárias para motivar novos estudos relacionando o poder de resolução e a performance refrativa do sistema óptico com as características supramoleculares do colágeno estromal da córnea. Palavras-chave: ave de rapina; birrefringência; luz polarizada; matriz extracelular; olho.