No ventre da capoeira, marcas de gente, jeito de corpo: um estudo das relações de gênero na cosmovisão africana da capoeira angola
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado da Bahia
Pós Graduação em Critica Cultural |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5393 |
Resumo: | Esta dissertação possui um duplo objetivo, apresentar a Capoeira Angola no âmbito de uma visão cosmoafricana, bem como entender as relações de gênero nessa capoeira. discuto como os valores da cultura ocidental tensionam e influem na cosmovisão cultural africana no âmbito da capoeiragem, onde os corpos são situados como femininos e masculinos, embora as diferenças de sexo/gênero não sejam evidenciadas. Por um lado, considero a capoeira uma cosmologia de mundo e ao mesmo tempo uma prática de libertação e resistência de um corpo negro. Proponho repensar as representações sobre a capoeira, quer seja como folclore, quer seja como arte aurética, do presente ou de um passado histórico e sobretudo, situá-la no contexto contemporâneo de uma tradição cosmoafricana. Por outro lado, os debates sobre gênero estão ancorados prioritariamente no conceito de “tecnologia de gênero”, postulado por Lauretis (1989). A perspectiva feminista compõe o desenrolar teórico-metodológico da pesquisa qualitativa, cujos procedimentos são a observação participante, as entrevistas semiestruturadas com mulheres capoeiristas e a memória da vivência da pesquisadora como capoeirista. A escrita será conduzida pela ideia da “escrevivência”, desenvolvida por Brito (2011), cujo conteúdo nos reporta à escrita de um corpo inscrito em uma condição de experiência negra no Brasil. A perspectiva teórica circula na produção feminista de Lorde (1984); hooks (1998); Butler (2000); Davis (2013); Brito (2011); Louro (2008); Lugones (2014) bem como na produção sobre capoeira e cultura cosmoafricana de Abib (2005); Barbosa (2005); Barreto (2005); Conceição (2009); Curió (2011); Fernandes e Silva (2009); Machado (2013); Oliveira (2006); Pastinha (1988); Pequeno (2000); Rego (1968). Nesta análise, a tensão na relação de gênero no lócus pesquisado propõe o desafio de pensar a trajetória do corpo das mulheres capoeiristas como produto e processo histórico-cultural, construído simbolicamente, e desestruturador sistêmico da estrutura que lhe é imposta socialmente. |