O jeito que o corpo dá: a capoeira Angola e a dimensão corporificada do conhecimento
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia- Faculdade de Educação
Universidade do Estado da Bahia Instituto Federal da Bahia Universidade Estadual de Feira de Santana Laboratório Nacional de Colaboração Científica |
Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32165 |
Resumo: | O presente trabalho aborda a Capoeira Angola como expressão da experiência pretafricana no Brasil, representante do amplo legado de conhecimentos que se inscrevem nas Américas, cujo protagonismo está no corpo. Desenvolvida no Grupo de Capoeira Angola Zimba e na comunidade do Pituaçu, em Salvador, a pesquisa é um movimento, um trajeto entre o teatro e a capoeira, na tentativa de responder à seguinte pergunta: Como fugir a um corpo colonizado, como escapar a esse corpo determinista, carregado de representações de gênero, raça, tempo e lugar? Essa pergunta nasceu no universo do teatro, onde o corpo é o símbolo físico maior, pois representa tanto em aparência quanto em ações, e se voltou para a corporeidade da Capoeira Angola, em que o corpo é construído a partir de outras lógicas. Por isso, a experiência é o território do qual parte esta pesquisa, que dá voz a um sujeito encarnado, condição estratégica para a desconstrução das narrativas universais. A pesquisa propõe-se, portanto, a contribuir para a construção de uma ciência que seja capaz de gingar e incluir as experiências de nossos povos motrizes, que têm o corpo como seu patrimônio. O olhar sobre comportamentos performatizados pode mudar definitivamente os estudos sobre a história cultural das Américas, revelando outras memórias, lutas e tensões, em outros cenários e com outros protagonismos. São experiências incorporadas, como a Capoeira Angola, tratadas como resíduos no interior da nação, que negam a existência de uma perspectiva única de mundo,porque oferecem, na contemporaneidade, outras formas de organização social. A ideia,aqui, é propor uma reflexão sobre o quanto o conhecimento incorporado nega as narrativas que, ao apagar o corpo, esconderam a vítima e descaracterizaram o crime do projeto colonizador. Somente assim os espaços oficiais de produção e difusão do conhecimento deixarão de ser espaços disciplinadores de corpos e perpetuadores da exclusão socioeconômica e cognitiva, para serem espaços de luta contra todo o tipo de violência que ainda vitimiza a população afro-brasileira. |