Sala de aula: a tradição oral e os saberes populares da comunidade quilombola de Várzea Queimada no município de Caém-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Ronaldo Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/20.500.11896/1855
Resumo: Sabe-se que nas comunidades quilombolas os conhecimentos, a socialização, os saberes e fazeres perpassam pela tradição oral, resultante da convivência e observação dos mais velhos, incluindo família, comunidade, relações de trabalho com o sagrado, assim como, vivências na escola, nos movimentos sociais ou em outras organizações. Partindo desse entendimento, surgiu o presente estudo, intitulado Sala de Aula: A Tradição Oral e os Saberes Populares da Comunidade Quilombola de Várzea Queimada no município de Caém-Bahia, com o objetivo de compreender como acontece a valorização e a inserção da cultura da tradição oral e dos saberes populares da população Quilombola de Várzea Queimada, Caém – Bahia, no espaço escolar, e a contextualização desses elementos com a práxis pedagógica dos docentes da Escola Municipal Domingos Pereira dos Santos. Para tanto, retomam-se os estudos de Bauman (2005); Hall (2006); Freire (1987); Munanga (1986); Gatti (2005); Dione (2007); Chizzotti (2010); Delgado (2006), Thiollent (2011) e Barbier (2007). Situada metodologicamente nos preceitos da abordagem qualitativa, com base na história oral e na pesquisa ação, busca-se conhecer o território quilombola supracitado, suas lutas, seus principais fatos sociais e sua história. Esta pesquisa contou com os seguintes colaboradores: pessoas idosas da comunidade quilombola, integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), direção e corpo docente da Escola Domingos Pereira dos Santos, tendo em vista que esses cooperadores são moradores da comunidade, exceto a gestão escolar e alguns professores. Assim, a pesquisa teve dois momentos: o primeiro, na comunidade; e o segundo, na escola, sendo utilizados como instrumentos de construção de dados: visitas à comunidade e à escola, a fim de registrar as narrativas orais na comunidade por meio de entrevistas, com roteiro semiestruturado; observação participante e grupo focal. Para analisar os dados, foi utilizada a técnica da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977), buscando desenvolver uma análise crítica da observação sistemática do território quilombola, considerando o crescimento populacional dessa comunidade para melhor interpretar a realidade dos envolvidos, sobretudo no que se refere à conexão de saberes existentes entre a Cultura Popular e as práticas de Educação Popular, detectando as tradições, os saberes populares presentes na linguagem, costumes, crenças, manifestações culturais, pois, não só significa uma expressão da cultura popular brasileira (patrimônio cultural), como também uma estratégia histórica de luta. A segunda etapa, direcionada à escola da comunidade, possibilitou entender se os elementos da cultura quilombola local estão presentes/ausentes, inseridos (ou não) no contexto escolar e como estes são contextualizados na práxis pedagógica. O grupo focal favoreceu iniciar o processo de intervenção cujos colaboradores participaram da elaboração do produto, denominado Material Educativo Ilustrativo - Contribuições na Prática Educativa em uma Comunidade Quilombola: Narrativas de um Povo. O material possibilita os profissionais contemplarem a educação escolar quilombola, dando um destaque às particularidades da comunidade e suas tradições, saberes e fazeres, bem como a valorização desses elementos no espaço escolar.