Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Stefano Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/51486
|
Resumo: |
A tese de doutorado firmada em torno da relação entre precedentes “sem caso” e jurisprudências “sem rumo”, denominada de tópica autorreferente, descreveu o problema de ancoragem discursiva da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre presunção de não-culpabilidade, que se baseia em um método de trabalho disseminado em outras Cortes superiores do ordenamento brasileiro. Observou-se que os discursos nesses espaços judiciais guiam-se por um modelo de abstração discursiva que negligencia o enfrentamento integral das complexidades dos casos judiciais, convertendo discursos de aplicação em discursos de justificação. Por meio da tese é demonstrado que esse modelo de jurisdição é estruturado por uma jurisprudência defensiva que sufoca o contraditório naqueles espaços judiciais, simplificando os debates por meio da seletividade arbitrária de frações do caso concreto, o que produz uma fuga discursiva das singularidades da situação de aplicação da norma. Verificou-se que a tópica autorreferente fornece as bases de um modelo discricionário de atuação judicial que, no caso brasileiro, supera o decisionismo positivista, pois opera como poder decisório voltado “para fora e além” dos casos de aplicação, gerando uma relação entre precedentes “sem caso” e o desenvolvimento de jurisprudências “sem rumo”. Os precedentes “sem caso” da tópica autorreferente conduzem a um modelo de objetivização de jurisprudências que enfoca a fixação de conceitos jurídicos desvinculados da dimensão de aplicação, o que se mostra filosoficamente problemático após o giro linguístico-pragmático. A defesa de um modelo alternativo de jurisdição, fundado em uma hermenêutica crítica e concretista que procedimentaliza a imparcialidade na dimensão de aplicação, é sustentada pela tese como resposta teórica para o problema de alienação dos discursos judiciais verificado pela pesquisa. |