“O muturo da nossa história” : o cinema como contribuição para pensar sobre a construção de Brasília

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Matos, Thainá dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51685
Resumo: Este trabalho busca refletir sobre a construção de Brasília a partir do filme A cidade é uma só?, de Adirley Queirós. Nesse contexto, o ponto de partida é a reflexão histórica que escapa da narrativa tradicional do progresso, trazendo à tona vozes silenciadas que, por meio de obras como a mencionada, ganham visibilidade tanto para os cidadãos quanto para a área acadêmica. Por essa ótica, diferentemente do enfoque na construção da cidade moderna centrada no Plano Piloto e nas rodovias que atravessam o Brasil, este estudo aborda a formação de Ceilândia, Região Administrativa do Distrito Federal. Dessa forma, o filme de Adirley resgata partes da história omitidas pela narrativa dominante do progresso. Essa abordagem guia a construção dos capítulos desta Dissertação, os quais seguem a reorganização proposta pela montagem cinematográfica. No filme, os registros apresentados são resgatados pelos próprios moradores que participaram do processo, unindo passado e presente pela edição que compõe a narrativa. Por meio dessa montagem que remonta o modo de contar a história, o interesse é indicar o cinema como uma possibilidade revolucionária de narrativa histórica, tanto por sua forma de produção e reprodução quanto por sua adequação ao modo de recepção das massas, cuja percepção é alterada pelas mudanças na produção e organização social. Para tanto, faz-se-á a análise do cinema como possibilidade técnica e influência política e histórica, fundamentando a argumentação pelo filósofo Walter Benjamin, especialmente por seu ensaio A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica e pelo texto Sobre o conceito de História, além de outras contribuições selecionadas que corroboram a reflexão proposta. Apesar de haver o reconhecimento sobre a complexidade do pensamento de Benjamin, não se deve ignorar suas contribuições ainda tão pertinentes e necessárias, especialmente para compreender o papel marginalizado e criador do cinema quando este mantém sua infraestrutura independente no cenário dominado pelo capitalismo audiovisual. Diante disso, o maior interesse deste estudo é compreender o cinema como contraponto à visão histórica do progresso, explorando a proposta de Benjamin sobre a "politização da arte". E, nessa perspectiva, almeja-se entender o cinema como uma possibilidade de narrar a história no presente, integrando os indivíduos como protagonistas na sua (re)produção, sobretudo no caso da história de Brasília.