Perfil de ácidos graxos da dieta e do tecido adiposo mamário e o risco de desenvolvimento do câncer de mama: um estudo caso-controle
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2705 |
Resumo: | Há evidências de que fatores relacionados à dieta contribuam para cerca de 1/3 dos casos de câncer em países desenvolvidos, e para aproximadamente 1/5 dos casos de câncer nos países em desenvolvimento. Atualmente, o lipídio da dieta tem sido um dos principais nutrientes estudado sobre a sua possível associação com o desenvolvimento do câncer de mama (CM). O presente estudo tem como objetivo investigar a associação entre o consumo de lipídios e ácidos graxos (AG) específicos (medido pelo perfil lipídico do tecido adiposo da mama e pelo questionário semiqüantitativo de freqüência de consumo alimentar - QSFA) e a presença do câncer de mama. Foi conduzido um estudo do tipo caso- controle, de base hospitalar, com mulheres diagnosticadas com CM, doença benigna da mama (DBM) e mulheres controle (CO) atendidas por um hospital público da cidade de Belo Horizonte MG, Brasil. Amostra do tecido adiposo foi obtida das pacientes que foram submetidas à cirurgia da mama. Os AG individuais foram avaliados como porcentagem do total de AG, por cromatografia gasosa. Para avaliação do consumo alimentar foi utilizado o QSFA previamente validado. Os nutrientes avaliados incluíram: lipídios totais, frações dos ácidos graxos (12:0, 14:0, 16:0, 16:1, 18:2 n6, 18:3 n3, 20:4 n6, 20:5 n3, 22:6 n3), ácidos graxos saturados totais (AGS), ácidos graxos monoinsaturados totais (AGM) e ácidos graxos poliinsaturados totais (AGP), além das calorias. Todas as análises estatísticas foram conduzidas com o auxílio do pacote estatístico SPSS 15.0. Testes paramétricos ou não paramétricos foram aplicados de acordo com a normalidade da distribuição das variáveis. Para os valores de lipídios e AG obtidos pela análise do tecido adiposo, foi realizada a análise de regressão multivariada para estimativa da odds ratio ajustada pela idade, índice de massa corporal (IMC) e uso de contraceptivo (CTO). Já o consumo de lipídios e AG obtidos por meio do QSFA foram ajustados para o consumo energético e categorizado segundo os tercis do consumo alimentar da população. Em seguida foi calculada a odds ratio bruta. A análise do consumo de lipídios medido pelo tecido adiposo da mama encontrou uma associação positiva entre os AGP e a maior chance de desenvolvimento do CM, OR=2,78 (IC 95%= 1,204-6,141). Na avaliação do QSFA foi encontrado que o consumo de ácido alfa-linolênico foi menor entre as mulheres do grupo caso, o que significou uma uma chance quatro vezes maior de desenvolvimento do CM naquelas mulheres com menor tercil de consumo do AG alfa-linolênico, durante o período pós-menopausa (OR= 4,313; p=0,021). Embora os estudos sobre a associação entre o consumo de lipídios e a chance de desenvolvimento do CM não sejam conclusivos, nossos resultados apontam para uma maior chance de desenvolvimento do CM entre as mulheres que consomem maior quantidade de AGP totais e menor consumo do ácido alfalinolênico. No entanto, o consumo de lipídios e ácidos graxos isoladamente não é capaz de explicar a ocorrência do CM nessa população. É prudente evitar o consumo exagerado de lipídios na dieta e aumentar o consumo de alimentos que sejam fontes dos AGP n3. |