O efeito de vesículas extracelulares do tecido adiposo obeso em células de câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Diego de Assis lattes
Orientador(a): Gameiro, Jacy lattes
Banca de defesa: Hottz, Eugênio Damaceno lattes, Castro, Juciane Maria de Andrade, Melo, Fabiana Henriques Machado de, Silva, Flavia Márcia de Castro e
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00081
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14681
Resumo: A obesidade pode provocar a secreção desregulada de adipocinas e respostas próinflamatórias no tecido adiposo (TA), levando a disfunção metabólica. A inflamação crônica de baixo grau instalada na obesidade pode desempenhar um papel na patogênese de diferentes doenças, incluindo o câncer de mama. Entre os mecanismos de comunicação célula-célula está a secreção de vesículas extracelulares (VEs), que podem alterar o comportamento das células tumorais/estromais e criar um nicho favorável para a progressão tumoral. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de VEs provenientes do tecido adiposo no comportamento de células do câncer de mama. Amostras de tecido adiposo foram coletadas de indivíduos obesos e indivíduos eutróficos de acordo com o Índice de Massa Corporal. Através de ultracentrifugação sequencial isolamos as VEs provenientes destas amostras. Essas partículas foram caracterizadas através de análises do diâmetro, marcadores proteicos e internalização pelas células tumorais. O tratamento com 5µg/mL de VEs do TA obeso não alterou a viabilidade celular das células de câncer de mama MDA-MB-231 e MCF-7, mas reduziu o crescimento celular e a capacidade de formar colônias da linhagem MCF-7. Em contrapartida, aumentou a formação de colônias das células MDA-MB-231. Além disso, estas VEs promoveram aumento da migração celular de ambas as linhagens. VEs do TA obeso, mas não do TA controle, aumentaram a secreção de TGF-β das células MDA-MB-231 e de IL-1α das MCF-7. Em modelo de obesidade induzida por dieta hiper lipídica, VEs do TA de camundongos obesos prejudicaram o crescimento celular e promoveram a migração de células da linhagem murina de câncer de mama 4T1, quando comparado as células não tratadas ou tratadas com VEs de animais controle. Não observamos diferenças na secreção e expressão de marcadores inflamatórios de células tratadas ou não com VEs. Estes resultados sugerem que o efeito de VEs do tecido adiposo obeso depende do tipo celular, mas em consonância indicam um aumento na capacidade de migração das células do câncer de mama. Estudos adicionais são necessários para identificar possíveis agentes e mecanismos de ação, nos quais estas vesículas extracelulares alteram o comportamento celular e suas consequências na progressão do câncer de mama.