Fatores que propiciam a coabitação de cupinzeiros por diferentes espécies de cupins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Marins, Alessandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/903
Resumo: Os ninhos construídos por insetos eussociais são frequentemente invadidos por espécies oportunistas. Muitas das espécies invasoras também são eussociais, no entanto em vez de construírem seus próprios ninhos, as invasoras usufruem de estruturas já construídas. Os ninhos construídos por cupins (cupinzeiros) são frequentemente invadidos por outras espécies de cupins. Os registros publicados dessas associações são relativamente abundantes, entretanto, a última revisão no assunto foi publicada por Grassé em 1986. Tendo em vista essa lacuna no estudo das invasões de cupinzeiros, o objetivo dessa tese foi: reunir e organizar as informaçõoes fragmentadas; e levantar em dois estudos de caso hipóteses para explicar quais fatores propiciam a invasão de cupinzeiros. Para a revisão realizamos: (i) uma compilação de diversos trabalhos sobre o assunto; (ii) verificação de possíveis padrões observados para a ordem Isoptera; e (iii) propomos uma rota de estabelecimento para colônias potenciais invasoras de ninho esse trabalho esta apresentado sob a forma de artigo no primeiro capítulo da tese. Os estudos de casos também estão apresentados como artigos nos capítulos 2 e 3 onde foram levantadas as seguintes hipóteses: espécies construtoras podem afetar o número de espécies invasoras em seus ninhos; e a proximidade filogenética entre a espécie invasora e a construtora pode propiciar a associação de coabitação entre as duas espécies. A análise da revisão bibliográfica revelou que as associações são mais generalistas por parte das construtoras e mais especialistas por parte das invasoras. Além disso, as espécies construtoras que têm seus ninhos mais facilmente invadidos são as que oferecem uma grande variedade de recursos de nidificação ou alimentares. As espécies que são mais invasoras são as que podem encontrar seu alimento dentro dos cupinzeiros de outras espécies, possuem uma grande amplitude alimentar e podem entrar no cupinzeiro sem serem expulsos pelo construtor. Vimos também que espécies construtoras podem exercer alguma inufluência na riqueza de coabitantes de seus ninhos, não apenas pelos fatores físicos da construção do ninho. Propomos que essa influência pode ocorrer em função de algumas espécies hospedeiras também serem invasoras de cupinzeiros alheios, o que pode afetar na forma com que essa espécie interage com seus coabitantes quando ela é hospedeira. Além disso, a proximidade filogenética entre espécies invasoras e a construtora do cupinzeiro não afeta a chance das espécies coabitarem o mesmo cupinzeiro. Ou seja, não encontramos evidências de que a regra de Emery se aplique aos cupins amostrados nesse trabalho. Também propomos que é possível que os cupins invasores que têm maior vantagem adaptativa são aqueles que não infligem custos ao construtor do cupinzeiro.