Coexistência de espécies de cupins em cupinzeiros via diferenciação no uso dos recursos alimentares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Florencio, Daniela Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7836
Resumo: O inquilinismo, coexistência de diferentes espécies de cupins em cupinzeiros, é um fenômeno muito comum na natureza. Apesar da sua importância, existem poucos estudos que visam entender os mecanismos que possibilitam a coexistência das inúmeras espécies de cupins no interior dos cupinzeiros. Neste caso, existe uma espécie que funda e constrói o cupinzeiro (construtora) e as espécies que invadem e se estabelecem (inquilinas). Com o intuito de preencher parte desta lacuna, analisamos a coexistência de espécies de cupins em cupinzeiros, à luz das teorias de coexistência mediada pela diferenciação no uso dos recursos alimentares. Para tanto, foram testadas as seguintes hipóteses: i ) cupins construtores e inquilinos coexistentes em cupinzeiros diferem no uso dos recursos alimentares; ii ) a presença e o número de inquilinos não interferem no uso dos recursos pela colônia construtora; e iii ) a sobreposição entre construtores e inquilinos no uso do nitrogênio (recurso em menor disponibilidade) ́é menor do que do carbono (recurso em maior disponibilidade). Adicionalmente, para viabilizar posteriores trabalhos envolvendo análises isotópicas de carbono e de nitrogênio, foram investigadas algumas técnicas de preservação de cupins. Nossos resultados mostraram que, construtores e inquilinos de um mesmo cupinzeiro diferem, bidimensionalmente, no uso dos recursos alimentares (carbono e nitrogênio). A entrada de inquilinos não modifica o uso de recursos alimentares pela colônia construtora. Ao contráio do esperado, construtores apresentaram semelhante a sobreposição no uso do carbono e do nitrogênio. No entanto, como previsto, inquilinos tiveram menor sobreposição no nitrogênio. Verificamos que os cupins podem ser preservados em ́álcool ou em solução de NaCl por até 49 dias sem alterações nos sinais isotópicos de carbono e de nitrogênio. Assim, o presente trabalho contribui para o entendimento da coexistência de cupins e em cupinzeiros, auxilia na compreensão da estruturação das comunidades destes insetos e viabiliza estudos envolvendo isótopos estáveis dos cupins.