Biologia reprodutiva de três espécies distílicas de Psychotria L. e efeitos da fragmentação florestal no sucesso reprodutivo e na diversidade genética de P. hastisepala Müll. Arg. (Rubiaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silva, Celice Alexandre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Doutorado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/377
Resumo: Foram objetivos analisar aspectos da biologia reprodutiva, incluindo o sucesso reprodutivo, de três espécies distílicas de Psychotria, P. conjugens, P.hastisepala e P. sessilis, em 2004/2005 e 2005/2006, no maior fragmento florestal do município de Viçosa, e verificar como a fragmentação florestal vem afetando o sucesso reprodutivo e a estrutura genética de P. hastisepala, usando marcadores ISSR, em sete fragmentos florestais, com diferentes dimensões. A floração das espécies foi seqüencial, na estação chuvosa, iniciada por P. sessilis, seguida por P. conjugens e, por último, P. hastisepala. Houve sincronia de floração entre os morfos florais. As espécies foram polinizadas por abelhas em comum, incluindo espécies de Melipona, e, principalmente, Ariphanarthra palpalis. Os morfos de cada espécie foram visitados pelas mesmas abelhas, mas houve tendência de um dos morfos ser mais visitado que o outro, especialmente o longistilo, e variações anuais na composição e na abundância de espécies de polinizadores. A atratividade às flores pareceu ser dependente dos números de inflorescências produzidas e de flores abertas/indivíduo/dia. A frutificação das espécies foi sincronizada. Em uma área de sete hectares, as espécies estão em isopletia e as polinizações manuais in vivo demonstraram incompatibilidade intramorfos. A viabilidade dos grãos de pólen foi alta (>64%), em ambos os morfos das três espécies. O diâmetro dos grãos de pólen das flores brevistilas foi significativamente maior, em todas as espécies. A frutificação natural foi alta (≥53%) em ambos os morfos de P. sessilis e no morfo brevistilo de P. hastisepala. Em P. conjugens e no morfo longistilo de P. hastisepala a frutificação natural foi baixa (≤29%). Não houve diferença significativa no número de frutos e sementes entre os morfos em P. sessilis e P. conjugens. As flores brevistilas de P. hastisepala produziram um número de frutos e de sementes significativamente maior que as longistilas. P. conjugens apresentou uma das menores quantidades totais de sementes e seu baixo sucesso reprodutivo parece estar relacionado à limitação de pólen. Em P. hastisepala, a oclusão do estigma, com pólen incompatível, e os danos causados por herbívoros ao estigma podem ser fatores relacionados ao baixo sucesso reprodutivo do morfo longistilo. Na análise da estrutura genética de P. hastisepala, os índices de Shannon (I) e Nei (HE) e a AMOVA revelaram grande variação genética dentre e entre fragmentos florestais. Não foram obtidas correlações significativas entre a matriz de distância geográfica e distância genética. Em todos os fragmentos, o sucesso reprodutivo foi maior no morfo brevisitilo, não apresentando uma clara correlação com o tamanho do fragmento. Os resultados mostraram que o sucesso reprodutivo pode ser afetado pela qualidade da matriz, disponibilidade de polinizadores, número de indivíduos e perda do hábitat de P. hastisepala.