Biologia reprodutiva de Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes (Rubiaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Rossi, Ana Aparecida Bandini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8812
Resumo: Psychotria ipecacuanha é uma espécie medicinal se desenvolve em agregados perenes, denominados reboleiras, em áreas úmidas e sombrias no sub-bosque da Floresta Atlântica. O presente trabalho caracterizou a propagação clonal, a variação de atributos florais e a fecundidade em 35 reboleiras de três populações de Psychotria ipecacuanha naturais do sudeste brasileiro. As reboleiras foram avaliadas entre novembro de 2001 a dezembro de 2002, em intervalos que variaram de 15 a 30 dias. As reboleiras apresentaram-se com bordas bem delimitadas, tomando formas que, visualmente, relembram circunferências ou elipses. Foi mais freqüente encontrar reboleiras que apresentaram até seis m 2 de área ocupada e possuíam menos de 110 hastes. A maioria das hastes apresentou até 20 cm de altura, com até 11 nós e até sete folhas totalmente expandidas. O período de florescimento foi relativamente curto e bem definido, tendo se iniciado na segunda quinzena de novembro e se prolongado até o início de janeiro. A formação de frutos ocorreu de dezembro até abril. Floração e frutificação ocorreram de modo sincronizado em todas as reboleiras, independente da forma floral apresentada. Observações de campo mostraram que as reboleiras são isomórficas, isto é, apresentam apenas uma forma floral (brevistila ou longistila) e que as populações são isopléticas, isto é, apresentam razão equilibrada (1:1) entre as formas florais. Estigmas e anteras estão posicionadas reciprocamente em cada forma floral, um dimorfismo característico de distilia. Flores brevistilas apresentaram maiores valores para o comprimento da antera, comprimento do estigma, diâmetro da corola, número de grãos de pólen por antera e diâmetro do grão de pólen. Flores da forma brevistila apresentaram diferenças interpopulacionais significativas com relação aos atributos florais investigados. Flores da forma longistila também apresentaram diferenças interpopulacionais significativas, exceto quanto à altura dos estigmas e comprimento da corola. Polinizações controladas conduzidas em condições naturais mostraram que a produção de frutos foi maior após polinização legítima. Porém, observações do crescimento de tubos polínicos juntamente com a produção de frutos após autopolinização espontânea e polinização ilegítima sugerem que a espécie apresenta compatibilidade intraforma. Em geral, as reboleiras de forma floral brevistila não se diferenciaram daquelas de forma longistila quanto ao número de inflorescências por reboleira, número de flores por inflorescência, número de inflorescências com frutos e número de frutos por inflorescência. Houve, porém, uma tendência de se encontrar mais frutos por reboleira quando a reboleira possuía flores longistilas e conseqüentemente, nos dois ciclos avaliados, o sucesso reprodutivo foi maior nas reboleiras que apresentaram esta forma floral.