Morfologia floral comparativa de Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes (Rubiaceae) nas florestas Amazônica e Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva, Roberta dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2551
Resumo: Tem sido sugerido que populações disjuntas desempenham importante papel no processo de especiação. Psychotria ipecacuanha é uma espécie medicinal distílica que se desenvolve em agregados denominados reboleiras no sub-bosque de florestas tropicais úmidas. Apresenta distribuição geográfica disjunta e peri-amazônica ocorrendo naturalmente na América Central e Norte da América do Sul, sendo que no Brasil sua ocorrência é restrita à região sul da Floresta Amazônica (nos Estados de Rondônia e Mato Grosso) e na Mata Atlântica (nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia), estando separadas por uma extensa área de Cerrado. O presente trabalho avaliou características morfológicas florais, de oito populações naturais de Psychotria ipecacuanha, sendo cinco populações no sul da Amazônia, e 3 na Mata Atlântica. Oito características florais foram mensuradas. Grãos de pólen foram avaliados em relação ao diâmetro médio, razão pólen/óvulo e viabilidade polínica. Para verificar possíveis diferenças morfológicas entre populações da Amazônia e entre as duas florestas, foram realizadas análise de função discriminante e análise de agrupamento. As flores de P. ipecacuanha ocorrentes na Amazônia apresentaram diferenças significativas entre populações para a altura do estigma, altura da antera, comprimento do estigma, diâmetro do pólen, razão pólen/óvulo e viabilidade polínica. Diferentemente da floresta Atlântica, na floresta Amazônica foram observadas reboleiras não isomórficas e uma população anisoplética. As flores do morfo brevistila apresentaram maiores diferenças entre as florestas Amazônica e Atlântica do que o morfo longistila, principalmente em relação à altura da antera. Análise de função discriminante classificou corretamente mais de 95% dos indivíduos brevistilas de ambas florestas, e mais de 84% dos indivíduos longistilos, sendo maior a índice de classificações corretas da floresta Amazônica (90,65%) que na Mata Atlântica (75,32%). A população Rio Vermelho da Amazônia se destacou como a mais distinta entre todas as populações estudadas em ambas florestas, constituindo sempre um grupo à parte. As flores brevistilas apresentam uma maior variabilidade entre as florestas que as flores longistilas, levando à separação mais evidente entre as duas florestas, enquanto que as flores longistilas não permitem uma dissociação completa entre eles.