A divisão sexual do trabalho e a dimensão generificada do campo científico: um recorte da Universidade Federal de Viçosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Jamille Mylena de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28547
Resumo: Estudos recentes têm mostrado que as mulheres estão em posição de sub-representação em espaços de prestígio e em cargos de tomada de decisões. Com isso, o presente trabalho buscou compreender a desigualdade de gênero no Centro de Ciências Exatas da Universidade Federal de Viçosa. A partir de uma análise dos Currículos Lattes dos docentes de três departamentos – Engenharia Civil, Matemática e Física – aos quais os (as) professores (as) estão vinculados (as), foram entrevistados 10 docentes, 6 mulheres e 4 homens, a fim de compreender as estratégias de permanência por parte das mulheres em espaços masculinizados. Além disso, foi analisado como se dá a conciliação da vida pessoal com a profissional no que concerne à maternidade e à paternidade. A partir da perspectiva de campo científico e dominação masculina do autor Pierre Bourdieu, e do conceito de divisão sexual do trabalho de Helena Hirata e Daniele Kergoat, foi possível perceber o quanto o gênero tem um peso relevante nas dinâmicas dos indivíduos no ambiente de trabalho. Entretanto, essas dinâmicas, além de diferentes, são desiguais e beneficiam mais os homens do que as mulheres na carreira, revelando uma divisão sexual do trabalho. Assim, o campo ora abordado se revela enquanto um espaço masculinizado e que possui um habitus de funcionamento que favorece os homens e é desvantajoso para as mulheres, em especial, para aquelas que são mães. Nesse sentido, a divisão sexual do trabalho se configura um entrave para que mulheres ocupem espaços de prestígio no campo científico. Além disso, de acordo com a fala das entrevistadas, ainda que algumas se expressem de maneira sutil, essas desigualdades operam de maneira a orientar suas ações para uma postura mais combativa no campo, para uma pausa ou desaceleração na carreira, ainda que utilizem o drible da dor como forma de se manterem no jogo. Palavras-chave: Divisão sexual do trabalho. Dominação Masculina. Mulheres na ciência.