Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Ramirez, Natalia Medina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6346
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Resumo: |
A obesidade é uma alteração metabólica caraterizada pelo acúmulo de gordura corporal, sendo causada por fatores genéticos e ambientais (comportamento alimentar inadequado, sedentarismo). Está associada aos processos de inflamação, estresse oxidativo, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia. O presente estudo teve como objetivo desenvolver um chá de folhas de Mangifera indica L. da variedade Ubá, e avaliar seus efeitos na modulação de fatores de risco associados à obesidade, em ratos alimentados com dieta hiperlipídica. Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Nutrição Experimental, Desenvolvimento de Novos Produtos, Biodiversidade e Metabolismo e Fermentação da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais (Brasil). Foram preparados chás com folhas jovens e maduras da M. indica, processadas (secas e trituradas) em concentrações de 1,25; 2,5 e 5% (g.mL-1) utilizando as técnicas de infusão, decocção e ultrassom. Foi determinada a concentração de mangiferina (por CLAE), sendo selecionado o chá com maior eficácia na obtenção desta xantona para o estudo de efeitos biológicos. O chá com teor elevado de mangiferina foi caracterizado determinando-se pH, fenólicos totais (utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau) e atividade antioxidante (teste de retirada do radical DPPH). Também foi analisada a estabilidade oxidativa do chá por meio da quantificação de mangiferina, fenólicos totais e atividade antioxidante, utilizando dois tratamentos de conservação (refrigeração 4 ± 2°C e temperatura ambiente 20 ± 2°C) nos tempos 0, 24 e 48 horas. Finalmente, uma análise sensorial foi realizada para avaliar a aceitação do chá pelos consumidores. Para o ensaio biológico, ratos machos Wistar adultos foram alimentados com dieta hiperlipídica (n=16) durante sete semanas para induzir a obesidade. Finalizado este período, os ratos foram divididos considerando a homogeneidade dos fatores de risco metabólico (peso corporal, glicemia de jejum e Índice Lee) em dois grupos (n=8): dieta hiperlipídica (HFD) e dieta hiperlipídica suplementada com 50 mL de chá, em substituição à água (HFD-TT). Um grupo controle (n=8) recebeu dieta AIN-93 M. O experimento teve duração de 8 semanas. Foram avaliados parâmetros biométricos, bioquímicos e histomorfométricos. Além disso, foi realizado o teste de tolerância à glicose, controle de consumo de dieta e do chá, e foi determinado o nível de expressão de PPAR-γ, FAS e LPL no tecido adiposo epididimal. Os resultados foram analisados por meio de análise de variância (ANOVA) seguida dos testes Tukey ou Dunnett (paramétricos) e Dunn’s (não paramétricos). Os dados foram expressos como média ± desvio padrão ou média ± erro padrão. O nível de significância utilizado em todas as análises foi P<0,05. Houve diferenças significantes na concentração de mangiferina entre os tipos de folha para as três concentrações nas três técnicas (P<0,05). O chá preparado por decocção utilizando folhas novas na concentração 5% (m/v), apresentou o maior valor de mangiferina (0,72 ± 0,08 mg.mL-1). O chá apresentou estabilidade durante 48 horas após seu preparo em ambos os tratamentos avaliados e houve aceitação da bebida pelo consumidor. Alterações como tecido adiposo total aumentado, adipócitos com maior tamanho e acúmulo de lipídeos no tecido hepático, foram observadas nos animais alimentados com a dieta hiperlipídica. Foi observado que a dieta hiperlipídica, elevou os níveis da citocina pro-inflamatória TNF-α e reduziu a expressão de PPAR-γ. O chá teve efeitos anti-inflamatórios por meio da elevação dos níveis da citocina IL-10 e expressão de mRNA de LPL e PPAR-γ. Análises histomorfométricas evidenciaram os efeitos modulatórios do chá na redução do acúmulo de lipídeos e gotículas de gordura no tecido hepático e epididimal. Concluiu-se que o chá de folhas de M. indica é viável para ser consumido como bebida fonte de compostos bioativos, tendo efeitos anti-obesidade por meio da regulação da expressão de genes que melhoram o estado metabólico dos tecidos adiposo epididimal e hepático. |