Síntese e avaliação da atividade antimelanoma in vitro, in silico e in vivo do 2-alil-1,3-difenil-1,3-propanodiona

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Baêta, Jefferson Viktor de Paula Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/25684
Resumo: Neoplasias melanocíticas podem ser lesões benignas denominadas nevo melanocítico, ou malignas denominadas melanomas, e todas estas se originam de células chamadas melanócitos. O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. O câncer de pele do tipo melanoma é muito agressivo devido ao seu elevado potencial de produzir metástase e apresenta alta letalidade, constituindo a primeira causa de morte por doenças de pele. A Dacarbazina é o medicamento de escolha no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do melanoma, devido, principalmente, a seu baixo custo, porém este medicamento possui pouca seletividade para as células tumorais. Compostos derivados de β- dicetonas têm se destacado por apresentarem características interessantes, entre elas a atividade antitumoral. Este trabalho buscou determinar a atividade de um derivado de dibenzoilmetano, o composto 2-alil-1,3-difenil-1,3- propanodiona (DAP) em ensaios in vitro, in silico e in vivo. Em ensaios in vitro o composto apresentou IC 50 frente a células tumorais (IC 50B16F10 = 26,17±1,11 μg/mL; IC 50Tm5 = 44,40±6,88 μg/mL) menores que o medicamento Dacarbazina (IC 50B16F10 = 258,51±44,09 μg/mL). Os índices de seletividade do composto (IS B16F10 = 7,917; IS Tm5 = 4,667) foram superiores ao valor mínimo para ser considerado significativo em ensaios de novas drogas. A citometria de fluxo e os ensaios moleculares indicaram que o composto causa a apoptose celular atuando em receptores Fas e nas vias relacionadas com as caspases 3, 8 e 9, estimulando os promotores de apoptose Apaf1, Bax, Bid, Fasl, Pidd1 e Puma e inibindo a expressão relativa de Bcl2, um inibidor de apoptose, além de interferir no ciclo celular por alterar a expressão dos genes p21 e CDK1. Os ensaios ADMET, in silico, para esse composto demostraram que ele apresenta alta absorção intestinal e tem uma boa distribuição, porém ele apresenta baixa solubilidade em água, é substrato para as principais proteínas do metabolismo (CYP) e de resistência (P-gp) a drogas e não apresenta capacidade carcinogênica. Para os ensaios in vivo, foram utilizados dois veículos de entrega do composto, formulação com pomada e com gel transdérmico. A concentração aplicada nos camundongos foi determinada com base nos resultados do ensaio ADMET. Foram coletados e analisados sangue, fígado, rim e linfonodo. Afim de se determinar se o composto apresenta ação hepatotóxica como predito in silico, foram realizadas avaliação histopatológica do tecido, de marcadores de dano celular (ALT e AST), além de marcadores de estresse oxidativos e foi observado que o composto não apresentou hepatoxicidade. O DAP também não alterou as características histológicas ou bioquímicas (creatinina) dos rins. As análises histológicas do linfonodo revelaram que o composto aparenta ser capaz de reduzir a migração de células tumorais para este tecido. Tal resultado corroborado pela sua capacidade de reduzir os níveis de VEGF, um dos principais fatores responsáveis pela angiogênese e consequentemente a metástase de tumores. Finalmente, de acordo com os dados observados para o composto DAP podemos concluir que o mesmo apresenta atividade antitumoral para o câncer do tipo melanoma.