Avaliação da atividade antimelanoma de formulação transdérmica de um derivado sintético de dibenzoilmetano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Marcos Rodrigo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28599
Resumo: O câncer (neoplasia maligna ou tumor maligno) pode ser conceituado como uma massa de tecido cujo crescimento excede ao crescimento dos tecidos saudáveis e que persiste mesmo depois da interrupção dos estímulos que o desencadeou. O melanoma se destaca entre os tipos de câncer mais agressivos, com cerca de 1.500 mortes ao ano no Brasil. O estresse oxidativo pode ter um papel importante no melanoma. Células de melanoma revelam um elevado nível de ácidos graxos poli-insaturados, os quais são alvos sensíveis à peroxidação lipídica, a qual leva a formação de aldeídos α,β-insaturados, como o malondialdeido (MDA). Na constante busca por novas terapias eficazes para o tratamento do melanoma, os derivados de dibenzoilmetano se tornaram foco do estudo devido à suas propriedades fotoprotetoras, antitumorais e antimicrobiana. O dibenzoilmetano (DBM) (1,3- Difenilpropano-1,3-propanodiona) e seus derivados são substâncias pertencentes à classe dos flavonoides, raramente encontrados na natureza e têm sido isolados de algumas espécies de Lonchocarpus, além de poderem ser obtidos através de síntese orgânica. Dessa forma, com o objetivo de sintetizar, caracterizar e avaliar a atividade antimelanoma do composto inédito na literatura, 1,3-difenil-2-benzil-3- hidroxi-1-propanona (DBPOH), foi realizada a síntese, purificação por HPLC e caracterização através de RMN H 1 e RMN C 13 do composto. Foram realizados testes in vitro, in vivo, de uma formulação transdérmica em células B16F10 e camundongos C57BL, respectivamente. A síntese realizada em duas etapas teve o rendimento de 78% na primeira e de 48% na segunda etapa. O composto foi detectado no plasma de camundongos após a aplicação de uma formulação transdérmica, através de LC-MS. Após o teste de citotoxicidade realizado com MTT, a IC 50 foi 10,5 μg/mL para as células da linhagem melan-A, de 3,8 μg/mL para a B16F10, respectivamente, com índice de seletividade (IS) de 2,7. O tratamento em células B16F10 por 16 horas com o composto DBPOH induziu a morte majoritariamente por apoptose na concentração 13,903 μg/mL (44 μM) (Anexina V- FITC + /PI - e Anexina V FITC + /PI + ). Nessa concentração, o composto induziu em torno de 94% de apoptose nessas células. Não houve alteração nos valores de ambas as transaminases ALT e AST. Os valores de creatinina sérica também não foram diferentes significativamente (p>0,05) entre os tratamentos. Foi verificado que na dosagem do ácido úrico sérico, houve uma diminuição de 48%, 50%, 50% e 76%, nos tratamentos com as concentrações: 0,25 mg/g, 0,50 mg/g, 1,00 mg/g e 2,00 mg/g, respectivamente (p<0,05). O composto DBPOH reduziu a atividade da Glutationa S Transferase em 27% e 16% nas concentrações 0,50mg/g e 1,00 mg/g, respectivamente, nos tumores. Com relação ao tecido hepático, foram observadas alterações nas concentrações de malondialdeido em todos os tratamentos, com diminuições de 72%, 65%, 79% e 88%, nas concentrações 0,25 mg/g, 0,50 mg/g, 1,00mg/g e 2,00 mg/g, respectivamente. Com relação à catalase, somente o tratamento com 2,00mg/g, reduziu sua atividade, cerca de 40%. Os dados obtidos indicam que o composto DBPOH pode ser um candidato a medicamento para o tratamento do melanoma, mais estudos complementares são necessários para garantir a segurança com relação à toxicidade e para verificar o mecanismo de ação e a farmacocinética do composto.