Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Fernanda Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10150
|
Resumo: |
É crescente na literatura de comércio internacional o debate sobre os efeitos do desenvolvimento do sistema financeiro sobre os fluxos de comércio. Segundo Beck (2003), além da literatura tradicional que considera a dotação de fatores, tecnologia e economias de escala como fontes de vantagem comparativa, o nível de desenvolvimento financeiro também poderia ser um determinante do comércio entre os países. Neste sentido, dada a maior estabilização do sistema financeiro nacional após o Plano Real, bem como a grande relevância das exportações para a economia brasileira, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do desenvolvimento financeiro sobre as exportações brasileiras em determinados setores, no período de 1995 a 2014. Especificamente, buscou-se: a) Mensurar como o grau de desenvolvimento financeiro do Brasil e dos principais parceiros comerciais afetam o valor exportado pelo país; b) Quantificar a relação entre dependência financeira de setores selecionados, grau de desenvolvimento financeiro e o valor exportado pelo Brasil em cada setor; c) Analisar como o grau de desenvolvimento financeiro exerce influência sobre a diversidade dos produtos exportados pelo Brasil; d) Avaliar como o desenvolvimento financeiro impacta o número de parceiros comerciais do exportador (Brasil). O referencial teórico fundamentou-se nos modelos teóricos propostos por Beck (2002), Manova (2013) e na teoria do modelo gravitacional. A análise foi operacionalizada por meio da estimação de modelos de gravidade (objetivos a, b e c) e, do modelo para dados de contagem (objetivo d). A amostra utilizada no estudo considerou as exportações de 28 setores para os 99 principais parceiros comerciais do Brasil no período de 1995 a 2014, o que resultou em 55.440 observações. Na determinação dos parâmetros de interesse das equações gravitacionais, utilizaram-se os métodos de Poisson-Pseudo Maximum Likelihood (PPML), seleção amostral de Heckman por máxima verossimilhança e regressão quantílica com correção para a seletividade amostral. Já os métodos utilizados na estimação dos modelos de dados de contagem foram o Poisson e o Binomial Negativo. De maneira geral, os coeficientes estimados mostraram-se coerentes e estatisticamente significativos. Considerando a existência do viés de seleção amostral, a estimação pelo método de Heckman por máxima verossimilhança, indicou que o desenvolvimento financeiro brasileiro não foi importante estatisticamente para determinar as suas exportações. Todavia, quando se analisou o grau de dependência financeira dos setores, encontrou-se relação positiva e significativa entre o desenvolvimento financeiro nacional e o valor exportado, confirmando a hipótese de que o bom funcionamento do sistema financeiro exerce maior influência nas exportações dos setores mais dependentes de capital externo. Além disso, na estimação da regressão quantílica (seleção quantílica), resultados semelhantes a estes foram obtidos em todos os quantis. No que se refere aos efeitos do desenvolvimento financeiro sobre o número de produtos brasileiros enviados ao exterior, a hipótese de que o bom funcionamento do sistema financeiro aumenta a gama de produtos exportados pelo Brasil principalmente nos setores mais dependentes de financiamento, foi aceita quando se considerou os métodos de Heckman por máxima verossimilhança e regressão quantílica com correção para a seletividade amostral. Especificamente à regressão quantílica, observou-se que o desenvolvimento financeiro brasileiro exerceu maior impacto sobre os menores quantis, ou seja, para as menores quantidades de bens exportados pelo país. Estes resultados sinalizam a importância de o país adotar medidas que sejam capazes de promover melhorias em seu ambiente financeiro, já que nestas circunstâncias é possível expandir o capital, a produtividade e, consequentemente, pode-se aumentar o valor das exportações e diversificar ainda mais a pauta exportadora brasileira, especialmente nos setores que apresentam maior dependência de recursos de terceiros. Estes avanços devem estar relacionados à maior disponibilidade de crédito na economia, aumento dos ativos dos bancos, à expansão do tamanho do setor de intermediação financeira, à melhoria na qualidade das instituições econômico-financeiras e facilidade de acesso ao crédito. Por fim, no que se refere aos efeitos do desenvolvimento financeiro sobre o número de mercados de destino das exportações do Brasil, os resultados observados permitiram concluir que a melhora no sistema financeiro nacional contribuiu para reduzir o número de parceiros comerciais. Esta relação negativa pode indicar que o bom funcionamento do sistema financeiro brasileiro pode estar mais associado ao desenvolvimento do mercado doméstico ou ao aumento das exportações, porém para um menor número de países de destino, do que à ampliação do número de parceiros no mercado internacional. Ao levar em consideração o grau de dependência financeira de cada setor analisado, a hipótese de que o desenvolvimento financeiro aumenta o número de parceiros comerciais relativamente mais nos setores que são financeiramente vulneráveis, não foi confirmada, visto que o coeficiente associado a essa variável não foi estatisticamente significativo. |