Formação de basidiósporos no fungo ectomicorrízico Pisolithus sp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Campos, André Narvaes da Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10693
Resumo: O objetivo deste trabalho foi caracterizar a formação de basidiósporos de Pisolithus sp., bem como os eventos de meiose, mitose pós-meiótica e o acúmulo de reservas lipídicas durante o desenvolvimento dos basidiocarpos fúngicos. Os estudos foram conduzidos em corpos de frutificação frescos, coletados sob florestas de Eucalyptus spp., na Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. Os eventos envolvidos na formação dos basidiósporos foram analisados utilizando-se técnicas de microscopia ótica, microscopia de fluorescência, microscopia eletrônica de varredura e cromatografia gasosa. Pisolithus sp. produz oito esporos por basídio, envolvidos em matriz gelatinosa, no interior dos peridíolos constituintes do basidioma. Os esporos apresentam de 6 a 8 μm de diâmetro, são globosos, equinatos, com espículas embotadas. Previamente à formação dos basidiósporos, as células das hifas constituintes do peridíolo diferenciam-se em basídios clavados com 12 a 18 μm de comprimento e 6 a 8 μm de diâmetro. Os basidiocarpos apresentam abundante quantidade de lipídeos totais distribuídos nos basídios e nos esporos. A análise da composição de ácidos graxos revelou a presença de 17 compostos com cadeias de 14 a 20 carbonos, na maioria insaturados, contendo uma ou duas insaturações. A composição e o conteúdo em ácidos graxos variou de acordo com o estádio de desenvolvimento dos peridíolos. Nos basidiósporos livres, os ácidos graxos predominantes foram 16:0, 16:1w5c, 18:1w9c e a mistura 18:2w6,9c/18:0ante, sugerindo que o ácido oléico seja o principal ácido graxo constituinte das reservas lipídicas dos basidiósporos. Na formação do diplóide, a cariogamia pode ocorrer tanto no basídio quanto nas células das hifas sub- basidiais ou sub-apicais, seguindo-se os eventos característicos da divisão meiótica. Após a formação da tétrade meiótica nos basídios, há a ocorrência de uma rodada de divisão nuclear mitótica, resultando na produção de oito núcleos na célula basidial. Os núcleos formados migram para dentro dos basidiósporos de forma assincrônica. Durante os eventos de migração, os núcleos haplóides adquirem a forma de fuso, sugerindo a participação de microtúbulos no transporte dessas organelas. Este estudo constitui o primeiro relato dos processos de divisão e migração nuclear em Pisolithus durante a formação dos basidiósporos e da presença e distribuição de ácidos graxos no basidiocarpo desse fungo. O conhecimento das etapas de formação dos basidiósporos e das características das reservas de carbono presentes nesses propágulos permitirá o desenvolvimento de estratégias que visem elucidar os fatores que influenciam o processo de germinação dos basidiósporos de Pisolithus sp., viabilizando a utilização desses esporos como inoculantes, em viveiros florestais, e na pesquisa genética focalizada na associação ectomicorrízica.