No Córrego dos Jorges: as conflitualidades agroambiental, étnico-racial e territorial na reprodução socioambiental de uma comunidade quilombola em Peçanha, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Siman, Frederico Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Extensão Rural
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/31559
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.505
Resumo: O tema que abriga esta pesquisa é a reprodução socioambiental do campesinato negro no Brasil contemporâneo. O objetivo geral da tese consiste em analisar as estratégias de reprodução socioambiental na experiência histórica e social da Comunidade dos Jorges, a partir das conflitualidades agroambiental, étnico-racial e territorial que caracterizam as contradições da sobrevivência do campesinato negro no Brasil. Para tanto, buscamos abordar, em perspectiva teórica, a formação do campesinato negro no Brasil e as contradições agroambientais, étnico- raciais e territoriais que a permeiam. Em termos metodológicos, nos fundamentamos na proposta da pesquisa participante, em torno da qual lançamos mão da investigação qualitativa de cunho etnográfico, que abordou, por meio de observação participante, entrevistas e oficinas, aspectos históricos e atuais sobre a reprodução socioambiental da comunidade. Em suma, buscamos evidenciar como que, a partir dos aspectos ambientais, econômicos, políticos e culturais, a comunidade se territorializa e constrói sua identificação como comunidade remanescente de quilombo. A análise do processo de territorialização da comunidade dos Jorge evidenciou um movimento contraditório estruturante que é atravessado por relações de subordinação ao capital agroindustrial e esforços de autonomização comunitária. A apropriação dos recursos naturais e do trabalho pelas cadeias da siderurgia e papel e celulose se desdobra em efeitos ambientais graves na dinâmica hídrica, localmente atribuídos às monoculturas de eucalipto. Por outro lado, a reprodução de um processo agrícola policultor e de beneficiamento alimentício artesanal, pautados na ajuda mútua, expressam a construção de autonomias. Ainda sem incorporar a discussão da delimitação territorial, dimensão estrutural da pauta quilombola, o autorreconhecimento tem substancializado incidências sociopolíticas históricas, confluindo para os anúncios do território dos Jorges. Palavras-chave: Campesinato negro. Processo de territorialização. Comunidade Quilombola; Peçanha (MG). Estratégias de reprodução socioambiental.