Interação ecológica entre Scotocryptus (Coleoptera, Leiodidae) e duas espécies de Melipona (Hymenoptera, Apidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Luiza Eduarda Basílio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28505
Resumo: As abelhas sem ferrão são importantes polinizadores da Região Neotropical e mantêm interações ecológicas com diversos grupos de organismos, tais como fungos, bactérias, ácaros e vários insetos, como besouros Leiodidae, Scotocryptini. Scotocryptus são besouros cegos, que não conseguem voar e que utilizam as abelhas operárias como dispersoras, por meio de foresia. Neste trabalho foi avaliada a interação entre Scotocryptus e duas espécies de abelhas sem ferrão: Melipona mondury e Melipona quadrifasciata. O comportamento de subida desses besouros em operárias forrageiras e nutrizes das duas espécies de abelhas foi estudado por meio de ensaios comportamentais conduzidos em condições controladas. Os besouros foram mantidos em arenas em quatro diferentes níveis de tratamentos: com forrageiras de M. mondury, nutrizes de M. mondury, forrageiras de M. quadrifasciata ou nutrizes de M. quadrifasciata, onde foram testadas: 1- a frequência de subida dos besouros nas abelhas ; 2- a parte do corpo da abelha com maior preferência de subida pelos besouros e 3- a sobrevivência dos besouros e das abelhas ao longo do tempo. A frequência de subida dos besouros foi maior em abelhas forrageiras do que em abelhas nutrizes, independentemente da espécie (χ2 = 27.72; g.l. = 3; p < 0,001). As pernas das abelhas foram a parte do corpo com maior frequência de subida em ambas as espécies (χ2 = 18.93; g.l. = 6; p = 0,004). A sobrevivência dos besouros foi maior quando eles interagiram com forrageiras de M. mondury (Log-Rank: χ2 = 15.9; g.l. = 3; p = 0,0012) do que com abelhas de outras idades e de outra espécie. A sobrevivência das abelhas de diferentes espécies e idades mantidas associadas aos besouros não foi alterada pelos diferentes tratamentos (χ2 = 4.9; g.l. = 3; p = 0,18). Nossos resultados demonstram que os besouros são capazes de reconhecer diferentes espécies e idades das abelhas. Além disso, eles apresentaram uma maior preferência por operárias forrageiras, idade na qual as abelhas realizam forrageamento e que, portanto, são capazes de dispersarem os besouros.