Efeitos da orfandade sobre o comportamento e longevidade de operárias de Scaptotrigona aff. postica (Hymenoptera: Apidae, Meliponini)
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Zoologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11206 |
Resumo: | A morte da rainha fisogástrica pode implicar na desorganização comportamental das operárias de abelhas eussociais, que podem assumir diversas estratégias reprodutivas e comportamentais. Para as operárias a longevidade está relacionada ao esforço fisiológico desempenhado durante sua vida, mas as condições internas da colônia também afetam a longevidade, como a presença ou ausência de rainha. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi estudar o comportamento e a longevidade da população de operárias de abelhas sem ferrão em colônias órfãs, comparando-as com colônias com rainha fisogástrica presente. Para isso, foram utilizadas oito colônias de Scaptotrigona aff. postica, sendo quatro colônias com rainha e quatro sem rainha. Cada colônia teve o total de 1.200 operárias marcadas com cores diferentes por dia de nascimento (idade zero), obtendo assim grupos de idade. Durante 100 dias observamos atividade de forrageio colonial, idade das operárias que constroem células de cria, idade de forrageio e longevidade em todas as colônias, com rainha (CR) e sem rainha (SR). Ao longo do tempo em colônias CR a atividade de forrageio diminuiu ligeiramente; entretanto, as colônias SR apresentaram maior redução no número de forrageiras (X2 = 48.874; Gl = 1; p < 0.001). Em colônias órfãs observamos que ao longo do tempo, além das operárias jovens, as operárias mais velhas também constroem células de cria; já em colônias com rainha as operárias que participaram da construção de novas células de cria foram apenas as de idade jovem (X2 = 116.11; Gl = 1; p < 0.001). Em ambas as colônias, CR e SR, a idade de forrageio aumentou ao longo do tempo, porém em colônias SR observamos forrageiras com idade muito avançada (X2 = 66.546; Gl = 1; p < 0.001). A longevidade máxima encontrada para operárias de colônias com rainha foi de 54 dias de idade e para as operárias órfãs foi de 79 dias de idade. As curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier indicaram diferenças significativas entre colônias CR e SR (p < 0.001). Dessa forma, concluímos que (1) operárias de S. aff. postica em colônias sem rainha realmente diminuem a atividade externa ao longo do tempo; (2) as operárias órfãs de idade avançada continuam construindo células de cria, provavelmente, para tentar produzir machos; (3) é possível que as operárias de colônias SR passam a evitar o forrageio e realizam essa tarefa apenas eventualmente ou elas tendem a realizar essa atividade mais tarde; (4) o comportamento egoísta de se reproduzir, evitando o forrageamento e seus riscos e, assim, permanecendo mais tempo dentro da colônia pode prolongar a longevidade das operárias de S. aff. postica em colônias órfãs. |