Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Costa, Elimara de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23024
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Resumo: |
Projeções recentes do IBGE e da PNAD contínua apontam que a expectativa de vida dos brasileiros está aumentando significativamente. Concomitantemente ao expressivo envelhecimento da sociedade brasileira, vivenciamos também um crescente avanço tecnológico, provocando alterações em diferentes aspectos da vida cotidiana dos sujeitos. Habita o senso comum que os idosos são resistentes ao uso de tecnologias de forma geral. Entretanto a literatura evidencia e este estudo confirma que esta parcela da população apresenta interesse por diferentes tipos de tecnologias, conforme suas necessidades e motivações particulares. Porém, consideram a tecnologia um instrumento “novo”, que pela velocidade com que é incorporado, dificulta a apropriação deste novo conhecimento. Este estudo objetivou analisar o universo doméstico de um grupo de idosos no que se refere ao uso de tecnologias no ambiente doméstico, especificamente as tecnologias domésticas voltadas para a realização do trabalho doméstico. A pesquisa de cunho qualitativo, dentro do contexto de um estudo de caso, foi realizada junto a um grupo de idosos vinculados ao cadastro do banco de dados do laboratório Interfaces, lotado no Departamento de Economia Doméstica, da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa-MG. Para o seu alcance, empregou-se o questionário semiestruturado e a revisão bibliográfica. Os resultados da pesquisa bibliográfica evidenciaram que no período compreendido pela investigação, ocorreu um reduzido número de publicações nas diversas áreas de conhecimento relacionadas ao uso de tecnologias no cotidiano de idosos. No que se refere aos artigos produzidos tendo por base a contextualização das experiências dos idosos participantes deste estudo com as tecnologias, observou-se que a faixa etária destes idosos variou entre 60 a 81 anos de idade, são em sua maioria de classe média baixa, com renda mensal entre um e dois salários mínimos e de baixa escolaridade. Em suas falas percebeu-se que o trabalho doméstico após o envelhecimento permanece feminino. As tarefas que os idosos não executam, são transferidas principalmente para outras mulheres, reproduzindo assim a construção do trabalho doméstico como sendo obrigação da mulher. Contudo, observou-se uma participação masculina, embora pequena, nas tarefas domésticas. Percebeu-se que a incorporação cotidiana de diferentes artefatos tecnológicos pelos idosos está imbricada em fatores de natureza física, psicológica e social. Concluiu-se que a representação dos idosos acerca do “ser idoso” é distante da realidade vivenciada por eles, sendo assim a relação entre idosos e tecnologias domésticas aparece como inseridas em uma produção subjetiva, social e individual, possuindo um valor central na forma como os sujeitos se relacionam com os artefatos tecnológicos. O estudo atendeu ao objetivo central que era estudar o uso cotidiano de tecnologias domésticas por um grupo de idosos, especificamente a relação entre os eletrodomésticos utilizados na realização do trabalho doméstico, buscando apontar os fatores envolvidos neste processo. Foi possível observar que diminuição das capacidades físicas, elaboração de estratégias de uso, acesso à luz elétrica e gás de cozinha, uso anterior de determinados artefatos, características como utilidade, agilidade, facilidade, praticidade, necessidade de romper com determinadas práticas e preparação de alimentos “mais saúdaveis”, representação de si e da tecnologia foram as principais questões apontadas pelos participantes do estudo, que reverberam no uso atual de diferentes tecnologias. Esta pesquisa revelou a importância de demais investigações que busquem compreender a relação entre envelhecimento e tecnologias, independentemente do tipo, visto que a investigação mostra indicativos que as mudanças sociais e tecnológicas interferem diretamente em diferentes aspectos na vida cotidiana das pessoas idosas. Dessa forma, acredita-se ser um equívoco dizer que o idoso é incapaz de assimilar novas tecnologias, apenas pelas consequências advindas do envelhecimento, sendo necessário observar as estratégias utilizadas por essa parcela da população para se negar a utilizar tecnologias. |