Violências contra mulher no contexto profissional de professoras de línguas: crenças e emoções
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31183 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.389 |
Resumo: | O contexto de ensino e aprendizagem é atravessado por diferentes fatores sociais que refletem os aspectos culturais e políticos da sociedade. Um desses fatores está relacionado à estrutura do poder patriarcal que produz diferentes formas de opressões, uma delas, é a violência contra a mulher que se dissemina em diferentes espaços, sociais, inclusive no escolar. No cenário nacional, houve um aumento do número de trabalhos dentro da Linguística Aplicada sobre questões de gênero (BARCELOS e ARAÚJO SILVA, 2020). Entretanto, esses estudos ainda não tratam diretamente da violência contra a mulher no contexto de ensino, sobretudo, interligada a crenças e emoções. Para tentar suprir essa lacuna, este trabalho tem por objetivo investigar se há violência contra mulheres e identificá-las no espaço profissional de professoras de línguas estrangeiras, bem como crenças e emoções a esse respeito. O referencial teórico baseia-se em estudos da Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2002; MOITA LOPES, 2006, 2009; MOITA, LOPES e FABRICIO, 2019) em diálogo com os estudos de gênero, (LOURO, 1997; 2009; SAFFIOTI, 2001; TELLES e MELO, 2002; BANDEIRA 2014, 2017; ALMEIDA, 2020, entre outros), crenças (BARCELOS, 2004, 2006, 2015; BARCELOS e KALAJA, 2011; KALAJA et al., 2016) e emoções (LUTZ, 1990; WINOGRAD, 2003; AHMED, 2004, 2010; BENESCH, 2012, 2016) com ênfase nas perspectivas feministas. Esta é uma pesquisa qualitativa, caracterizada como explicativa,exploratória e interpretativista. As participantes do estudo são, na primeira fase,13, e na segunda, três, professoras de língua estrangeira atuantes em escolas públicas em uma cidade do interior de Minas Gerais. Os instrumentos utilizados para a geração de dados foram questionário semiaberto, narrativa escrita e entrevista semiestruturada. Os resultados evidenciam que há violência de gênero no contexto escolar dessas professoras, as quais ocorrem por meio de assédio sexual de modo verbal, não verbal e físico, bem como através de microviolências socialmente instituídas, como: piadas sexistas, mansplaining e manterrupting. As crenças das docentes estão relacionadas à definição da violência de gênero, às suas causas e à sua configuração no contexto escolar, bem como às estratégias que elas utilizam para lidar com essa violência. Já as emoções que as participantes sentiram envolveram (auto) culpa, humilhação, vergonha, medo e constrangimento. Essas emoções e crenças acabam por gerar silenciamento e sensação de impotência nas professoras. As implicações deste estudo apontam para a necessidade de se investigar mais profundamente a cultura de violência contra a mulher no espaço escolar, além de incluir esse tema em cursos de formação de professores (de línguas) e em instituições de ensino. Palavras-chave: Formação de professores. Violência de gênero. Crenças. Emoções. |