Indicadores antropométricos como preditores de gordura corporal em crianças de 6 a 9 anos de idade, atendidas pelos programas de Saúde da Família do município de Viçosa - MG
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2704 |
Resumo: | O presente estudo epidemilógico avaliou a eficácia de indicadores antropométricos como preditores do percentual de gordura corporal (%GC) de crianças. Utilizou-se delineamento transversal, no qual foram avaliadas 205 crianças de 6 a 9 anos de idade atendidas pelos Programas de Saúde da Família do município de Viçosa-MG. A avaliação antropométrica constou de medidas de peso, estatura, circunferência da cintura (CC) e pregas cutâneas tricipital (PCT), bicipital (PCB), subescapular (PCSe) e suprailíaca (PCSi). A circunferência da cintura foi mensurada em três locais anatômicos diferentes (menor curvatura abdominal, no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela e sobre a cicatriz umbilical). A composição corporal foi avaliada pela bioimpedância elétrica tetrapolar (BIAT) e pela bioimpedância elétrica bipedal (BIAB). Para o cálculo do %GC pela bioimpedância tetrapolar foi utilizada a equação proposta por Kushner (1992). Os indicadores antropométricos avaliados foram: índice de massa corporal (IMC), CC, pregas cutâneas, índice de conicidade (IC) e relação cintura/estatura (RCE). Foram utilizadas as equações propostas por Weststrate e Deurenberg (1989) que considera para o cálculo do %GC a PCT, a PCB, a PCSe e a PCSI e a equação proposta por Lohman (1988) que considera apenas a PCT e a PCSe. Para avaliação do estado nutricional considerou-se os valores de IMC/idade segundo as curvas da OMS (2007). Os pontos de corte utilizados foram os propostos por Must et al. (1991). A análise estatística constou dos coeficientes de correlação de Pearson e Spearman, test t de Student, Mann-Whitney, Kruskall- Wallis com teste post-hoc de Dunn s, construção de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) e análise de Bland-Altman. No presente estudo houve homogeneidade entre os sexos e a idade média foi de 7,2 ± 1,2 anos. Constatou-se que 6,3% das crianças apresentaram baixo peso (5,7% no sexo feminino e 6,9% no masculino), 75,1% eram eutróficas (81,8% no sexo feminino e 68,3% no masculino), 7,3% apresentaram sobrepeso (4,8% no sexo feminino e 9,9% no masculino) e 11,2% obesidade (7,7 % no sexo feminino e 14,9% no masculino). Houve diferença significante entre o %GC calculado pela BIAT e o %GC calculado pelas 4 pregas cutâneas e a BIAB. Em relação a BIAT e o %GC calculado pelas 2 pregas não houve diferença significante. Os coeficientes de correlação entre a BIAT, o IMC, o %GC avaliado pelas 4 pregas, 2 pregas e a BIAB, para o sexo masculino foi de 0,50, 0,63, 0,75 e 0,77, respectivamente. No sexo feminino as correlações foram de 0,50, 0,69, 0,69 e 0,82. No sexo masculino não houve diferença estatística entre os diferentes locais de medida da CC. No sexo feminino a CC medida sobre a cicatriz umbilical foi estatisticamente maior do que as outras medidas. Na análise de correlação a CC mensurada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca foi a que obteve melhor correlação com o %GC, com valores de 0,50 nos meninos e 0,62 nas meninas. Assim, para esta população este deve ser o local de mensuração da CC. No sexo masculino o IC apresentou melhor correlação (r = 0,64) com o %GC, no feminino foi a RCE que apresentou melhor correlação (r = 0,61). As áreas abaixo da curva ROC foram maiores para a RCE para todas as idades e sexos. Dentre os métodos analisados a bioimpedância bipedal foi a que apresentou melhor correlação com o %GC mensurado pela bioimpedância elétrica tetrapolar em ambos os sexos. Assim, nesta população e em outras com características semelhantes, a bioimpedância bipedal pode ser utilizada em substituição a bioimpedância tetrapolar. Entre os métodos antropométricos avaliados no presente estudo, as pregas cutâneas apresentaram melhor correlação com o %GC. Entre os indicadores de localização de gordura corporal, a relação cintura/estatura apresentou melhor poder discriminatório do excesso de gordura corporal do que a circunferência da cintura e o índice de conicidade, em ambos os sexos e em todas as idades. Sugere-se que os pontos de corte para RCE possam ser utilizados como discriminador de excesso de gordura abdominal, e que a bioimpedância bipedal, as pregas cutâneas e a relação cintura/estatura podem ser utilizados em estudos populacionais como preditores de gordura corporal em crianças. |