Associação entre a espessura do músculo adutor do polegar com estado nutricional e desfechos clínicos em pacientes grave

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha Neto, Martinho Alves da lattes
Orientador(a): Fernandes, Ricardo lattes
Banca de defesa: Spexoto, Maria Cláudia Bernardes lattes, Trindade, Erasmo Benício Santos de Moraes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Pós-graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5160
Resumo: A espessura do músculo adutor do polegar (EMAP) é uma proposta de medida antropométrica complementar na avaliação nutricional, tornando-se uma alternativa interessante por ser de simples execução, não invasiva e de baixo custo. A EMAP foi testada em algumas condições clínicas e tem sido associada ao estado nutricional e a desfechos clínicos em pacientes hospitalizados. Entretanto, o número de estudos que avaliaram a EMAP em pacientes graves é pequeno e com inconsistências metodológicas que não permitem ainda estabelecer com robustez a necessidade do seu uso na prática clínica hospitalar. Assim, o objetivo deste estudo observacional, prospectivo e analítico foi avaliar a associação entre a EMAP com o estado nutricional e desfechos clínicos em pacientes graves adultos e idosos de ambos os sexos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um hospital público brasileiro. A EMAP de ambas as mãos, dobras cutâneas e circunferências corporais foram aferidas em até 48 horas após a internação na UTI, por meio de técnicas padronizadas. Dados clínicos e laboratoriais foram obtidos do prontuário, incluindo a mortalidade (desfecho primário). O estado nutricional foi determinado pela aplicação da Avaliação Subjetiva Global (ASG). Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para avaliação dos desfechos. O valor-p<0,05 foi considerado para determinação da significância estatística. Um total de 28 participantes de ambos os sexos participaram da pesquisa. A maioria era do sexo masculino (53,6%), com média de idade de 60,6 ± 17,2 anos, com doenças do aparelho respiratório (75,0%), com comorbidades (71,4%), fazia uso de drogas vasoativas (60,7%), recebia suporte ventilatório invasivo (57,1%), apresentou tempo mediano de internação na UTI e hospitalar de 10 e 18 dias, respectivamente, e não foi a óbito (57,1%). No sexo masculino, a EMAP da mão dominante (EMAP(d)) apresentou correlação moderada a forte e positiva (r > 0,5; p<0,05) com todas as medidas antropométricas analisadas. A EMAP da mão não dominante (EMAP(nd)) apresentou correlação moderada e positiva (r: 0,52; p<0,05) somente com a circunferência do braço. No sexo feminino, a EMAP(d) apresentou correlação moderada e positiva (r: 0,65; p<0,05) somente com a EMAP(nd). Em ambos os sexos, a circunferência do braço, circunferência muscular do braço, área muscular do braço corrigida, circunferência da panturrilha e dobra cutânea triciptal apresentaram correlações fortes entre si (r > 0,7; p<0,05). Houve diferença significativa entre os valores médios da EMAP(nd) não adequada (< percentil 5) dos participantes bem nutridos em relação aos moderadamente ou gravemente desnutridos (diferença média de 3 mm; p = 0,016). De modo semelhante, observou-se diferenças significativas entre os valores médios da EMAP(nd) no sexo masculino, de acordo com o tempo de internação hospitalar (< ou ≥ 28 dias; diferença média de 6 mm; p = 0,039). Em conclusão, a EMAP da mão não dominante associou-se ao estado nutricional e ao tempo de internação hospitalar em pacientes graves, principalmente no sexo masculino, podendo ser considerada a sua utilização de forma complementar à ASG nas primeiras horas de admissão de pacientes graves em UTI.