Análise de densidade e viabilidade populacional de duas espécies de primatas da família Atelidae (Brachyteles hypoxanthus e Alouatta guariba clamitans) no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Letícia Carolina Arcanjo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Biologia Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/31646
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.148
Resumo: A mata atlântica é um hotspot de biodiversidade brasileiro com alto grau de endemismo de espécies. Dentre elas, destacam-se os primatas, com 24 espécies presentes no bioma. Brachyteles hypoxanthus e Alouatta guariba clamitans são duas espécies de primatas neotropicais da família Atelidae, encontradas na Mata Atlântica e ameaçadas de extinção por motivos como ação antrópica e fragmentação do habitat. Visando obter mais informações sobre o estado de conservação dessas espécies, bem como fornecer possíveis bases para a construção de planos de manejo, o objetivo deste trabalho foi estimar a viabilidade das populações de B. hypoxanthus e A. g. clamitans no Parque Nacional do Rio Doce (PERD). Para isso, utilizamos dados demográficos fornecidos pela PROBIO, retirados de um subprojeto para Conservação e Manejo do Muriqui em Minas Gerais, coletados no PERD entre 2004 e 2005 através da metodologia de Senso de Varredura (Sweep Sensus). Esses dados foram utilizados como base para calcular a densidade e número total de indivíduos das populações do PERD, através do software Distance; posteriormente, os dados resultantes foram inseridos no programa Vórtex, onde 7 cenários diferentes foram modelados para cada grupo, cada um com três ou quatro subvariáveis, estimando assim sua viabilidade a médio e longo prazo (500 interações em um período de 100 anos). Como resultado para B. hypoxanthus, foi estimado um N total de 314 animais no parque, com média de 54 indivíduos por grupo e densidade populacional de 0,88 ind./km2, o que indica que essa população é uma das maiores conhecidas atualmente para a espécie. O valor de ESW (largura efetiva da trilha) foi de 22,6 metros. Na análise de viabilidade populacional, dentre os 22 cenários totais avaliados, apenas quatro apresentaram decaimento das populações ao longo de 100 anos, com 2 chegando à extinção local (PE=1). Nos demais cenários, as populações continuaram crescendo até atingirem a capacidade de suporte estimada para o habitat (K = 129,4), o que indica que são viáveis a longo prazo. Já para A. g. clamitans, estimou-se um total de 52 animais no parque, com média de 15 indivíduos por grupo e densidade populacional de 0.14 ind./km2. O valor de ESW (largura efetiva da trilha) foi de 43,6 metros. Diferente de B. hypoxanthus, a grande maioria dos cenários avaliados para A. g. clamitans resultaram na extinção dos grupos entre os próximos 50 a 100 anos. Não houve crescimento populacional (r > 0) em nenhum dos cenários avaliados para a espécie. Palavras-chave: Conservação. Primatas neotropicais. Densidade populacional. Análise de viabilidade populacional.