Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Hirano, Zelinda Maria Braga |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-26042012-090335/
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Resumo: |
Primatas da subespécie A. g. clamitans, popular bugio, possuem um dimorfismo sexual evidenciado na fase adulta com machos de cor ruiva e fêmeas de cor castanho com nuanças avermelhadas. Em estudos de cativeiro com esta subespécie descobriu-se uma secreção epidérmica avermelhada, semelhante à cor da pelagem dos MA. A partir desta constatação diferentes hipóteses têm sido levantadas sobre a função e a origem desta secreção. Assim, o presente estudo objetivou: 1- Analisar se esta secreção é responsável pela coloração do pêlo dos animais e se a água é capaz de descolorir os pêlos 2- Verificar se a liberação de secreção sofre influencia das temperaturas corpórea e ambiente; 3- Identificar através de microscopia óptica e eletrônica as características morfológicas das glândulas produtoras de secreção, 4- Mapear as regiões do corpo dos animais que possuem tal glândula, 5- Definir qual sexo e faixa etária possui a glândula; 6- Determinar se a secreção é capaz de corar o pêlo mesmo após estocada a -4C; 7- Avaliar a cor dos campos cromatogênicos, durante um ano em animais adultos, sub adultos e juvenis; 8- Analisar a composição da secreção; 9- Dosar o hormônio testosterona em animais de diferentes sexo e faixas etárias e 10- Verificar uma possível relação entre comportamento social em bugios silvestres e a cor observada. Constatou-se que MA, MSA, MJ , FA e FSA liberam secreção. A liberação em quase todas as regiões do corpo sofre influência da temperatura corpórea, diferindo apenas na região do hióide em MA e da mandíbula em MSA, regiões que a temperatura corpórea possuem maior influência. Verificou-se que pêlos de MSA quando mantidos em estufa, com a secreção fresca liberada por este animal, muda de cor, de escuro para ruivo, igualando a cor do pêlo de MA; uma vez pigmentado a água não muda a cor do pêlo,. A secreção estocada muda apenas à cor da região central do pêlo. Identificou-se a GPP (glândula produtora de secreção colorida), na região do osso hióide e mandíbula, em MA e MSA. Em FA e FSA identificou-se estrutura glandular menos desenvolvida, denominada de GPPi (glândula produtora de pigmento em fase intermediária) nas regiões do hióide, mandíbula, esterno e região inguinal. As GPPi estão também presentes na região inguinal e nuca de MA e MSA. Os animais juvenis e infantes apresentam somente glândulas sudoríparas normais em todas as regiões do corpo. Na secreção colorida não existem carotenóides. As secreções de MA, FA, MAS e MJ possuem diferentes concentrações de ferro. A secreção de MA apresentou maior concentração de ferro quando comparada às secreções dos animais de outro sexo e/ou idade. A microscopia eletrônica confirmou a característica secretora da GPP e evidenciou estruturas cristalinas dentro das células do ácino semelhantes as inclusões de ferro observadas no citoplasma de células de outros organismos. Os animais que sofreram maior variação de cor nos campos cromatogênicos foram os MSA, e foram os animais que tiveram maiores índices de esfregação, sugerindo um mecanismo de espalhamento da secreção Os níveis de testosterona, foram proporcionais ao sexo e idade dos animais, sendo os maiores valores encontrados em MA. O estudo do comportamento social mostrou que os MA ruivos possuem um elevado status hierárquico e desempenham um papel de guardião do grupo. Os resultados indicam que a secreção colorida, liberada na epiderme de A. g. clamitans, são as responsáveis pela coloração do pêlo de MA devido à concentração de ferro. Um cromóforo que contém ferro seria um dos agentes responsáveis pela coloração. A diferença de cor nesta subespécie é uma característica sexual secundária, e parece ocorrer por um mecanismo ativacional do hormônio testosterona, ativando o desenvolvimento das glândulas GPP. O nível de testosterona, a presença de GPP e a coloração ruiva intensa possuem uma forte correlação com o status hierárquico de MA. |