Efeito do consumo de castanhas brasileiras sobre a composição corporal, função endotelial e estresse oxidativo de mulheres em risco cardiometabólico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Caldas, Ana Paula Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27971
Resumo: O consumo de castanhas tem se destacado por seu efeito cardioprotetor associado a melhora do perfil lipídico, controle do peso corporal, efeito antioxidante e anti- inflamatório. No entanto, a maioria dessas evidências é fruto de estudos conduzidos com amêndoas de castanhas pouco presentes na alimentação brasileira ou a partir de estudos observacionais. Nessa perspectiva, o presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito da ingestão diária de uma mistura de amêndoas de castanhas brasileiras (castanha-do-Pará, Bertholletia excelsa H.B.K e castanha de caju, Anacardium occidentale L.) associado a uma dieta com restrição calórica sobre a composição corporal, função endotelial e estresse oxidativo de mulheres em risco cardiometabólico. Trata-se de um estudo clínico, randomizado, controlado, com 40 mulheres distribuídas aleatoriamente em dois grupos, 01) Controle: restrição calórica (- 500 kcal/dia) sem consumo de amêndoas de castanhas (n= 19) e 2) Mix de nuts: restrição calórica (- 500 kcal/dia) associada ao consumo diário de um mix de amêndoas de castanhas brasileiras (15 g de amêndoa de castanha-do-Pará + 30 g de amêndoa de castanha de caju) (n= 21). O período de intervenção durou oito semanas, ao longo das quais todas as voluntárias seguiram a dieta prescrita. Ao início e ao final da intervenção, todas as participantes foram submetidas a avaliação antropométrica e da composição corporal, pressão arterial sistólica e diastólica e Índice Tornozelo Braquial (ITB). Ainda, foram coletadas amostras de sangue em jejum e analisados os marcadores de risco cardiometabólico (CT, LDL-c, HDL-c, TGL, Apo A1, ApoB, ApoE, glicose de jejum, insulina de jejum e índice TyG), marcadores sistêmicos da função endotelial (ICAM-1, VCAM-1, e ON), marcadores de estresse oxidativo (SOD, MDA, FRAP, CAT, GPx e LDLox), marcadores da função hepática (GGT, AST, ALT e fosfatase alcalina) e selênio plasmático. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software SPSS versão 22.0, considerando-se um nível de significância de α= 5%. A normalidade das variáveis foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. O teste t pareado ou o teste de Wilcoxon foram utilizados para avaliar o efeito do tempo nos tratamentos. Para avaliar as diferenças entre os grupos, foram utilizados o teste t de amostras independentes ou teste U de Mann-Whitney. Quando apropriado, o teste de ANCOVA foi empregado para a comparação de médias entre os grupos utilizando os valores basais como variáveis de ajuste. Os dados foram apresentados como média ± erro padrão da média. Após o período de intervenção, houve redução do peso, do IMC e dos perímetros da cintura e do quadril estatisticamente semelhante entre os grupos. Contudo, as participantes do grupo mix de nuts apresentaram melhora da composição corporal com maior redução do percentual de gordura (0,1 ± 0,3 vs. -1,3 ± 0,4; p= 0,019) e menor perda de massa magra nos compartimentos corporais em comparação às mulheres alocadas no grupo controle. Ainda, após o consumo do mix de nuts houve melhora do selênio plasmático (8,9 ± 7,3 vs. 35,4 ± 7,2; p= 0,010), além de redução da molécula de adesão VCAM-1 (24,3 ± 14,6 vs. -25,8 ± 10,4; p= 0,010), sugerindo redução da inflamação endotelial. No entanto, os marcadores de risco cardiometabólico, estresse oxidativo e função hepática permaneceram inalterados após o período de intervenção. Assim, os dados do presente estudo demonstraram que o consumo de amêndoas de castanhas brasileiras associado a uma dieta com restrição calórica pode ser estimulado, uma vez que promove melhora da composição corporal, da concentração plasmática de selênio e da molécula de adesão VCAM-1, os quais em conjunto podem contribuir para a redução do risco cardiovascular. Palavras-chave: Amêndoa de castanha-do-Brasil. Amêndoa de castanha de caju. Selênio. Gordura corporal.