Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Nery, Marcello Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22766
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Resumo: |
Atualmente, mais da metade das espécies de primatas conhecidas no mundo correm o risco de extinção. No Brasil, a maior parte dos primatas endêmicos possuem suas populações extremamente reduzidas e distribuição geográfica restrita, com poucas chances de serem mantidas em longo prazo. Este é o caso dos muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), classificado como criticamente em perigo de extinção, cujas populações foram reduzidas para pouco menos de 1000 indivíduos, ocorrendo atualmente em apenas 15 localidades no sudeste do Brasil. Cerca da metade dessas populações se encontra em situação crítica, estando isoladas e abaixo do tamanho usualmente estimado para populações mínimas viáveis. Consequentemente, estão mais vulneráveis à extinção local devido aos riscos de processos estocásticos demográficos e ambientais, além dos efeitos esperados da deriva genética e da endogamia. Nesse sentido, o estudo demográfico é essencial para o planejamento de medidas de manejo que visem reverter os efeitos do declínio populacional. Nesse trabalho, foi realizado um estudo sobre os parâmetros demográficos e o estado de conservação de uma das populações de muriquis-do-norte, formada por um único grupo, localizada na Mata do Sossego, um fragmento florestal de 800 hectares em Minas Gerais. Em 2006, como parte da estratégia de manejo populacional, uma fêmea foi translocada para a população e até o final de 2017, se reproduziu quatro vezes. Foram considerados os impactos da sua introdução sobre as taxas de natalidade e de crescimento populacionais, além dos riscos da dispersão e os limites da reprodução de filhotes fêmeas numa população isolada. Comparando o número de indivíduos no início do estudo, em dezembro de 2012 e no final, em dezembro de 2017, houve um balanço negativo entre o número de nascimentos e o de desaparecimentos, o que correspondeu a um declínio na população de 33 para 26 indivíduos. Problemas como a estocasticidade demográfica e ambiental, migração de fêmeas, a falta de um segundo grupo social e o isolamento da área estão afetando tanto o crescimento quanto a viabilidade dessa população. Apesar da censura imposta pelo isolamento da área, a translocação da fêmea pode ser considerada bem sucedida. Sua permanência na população influenciou positivamente tanto o tamanho quanto a estrutura populacional. Seu sucesso reprodutivo evitou uma redução ainda maior do número de indivíduos. Além disso, minimizou a amplitude de variação na razão sexual dos indivíduos em idade reprodutiva. Adicionalmente, caso seus filhotes se reproduzam no grupo, poderá contribuir com o aumento da diversidade genética da população. Este estudo demonstra que a translocação de fêmeas solitárias pode ser uma ferramenta importante para a conservação dos muriquis-do-norte. Entretanto, somente esse tipo de manejo, provavelmente não é suficiente para reverter outros problemas relacionados ao pequeno tamanho e ao declínio de populações como a estocasticidade ambiental e genética, além da perda de fêmeas por migração devido à falta de um segundo social. |