Diferenças entre sexos no uso do espaço vertical por muriqui-do-norte Brachyteles hypoxanthus - Kuhl, 1820 (Primates, Atelidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tabacow, Fernanda Pedreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biologia e Manejo animal
Mestrado em Biologia Animal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2245
Resumo: O uso do espaço vertical por primatas está relacionado a variáveis que afetam a sobrevivência e a reprodução, tais como obter alimento e escapar de predadores. Diferenças entre sexos no uso do espaço vertical são esperadas quando machos e fêmeas apresentam diferenças na dieta e comportamento de forrageio. Estas podem ser resultantes do dimorfismo sexual no tamanho corporal, que afeta o tipo e a quantidade de alimento necessário, os substratos nos quais o alimento pode ser acessado e a vulnerabilidade aos predadores durante a alimentação e o forrageio. Adicionalmente, a gestação e a lactação podem aumentar os custos energéticos e as exigências nutricionais das fêmeas, afetando sua dieta e, conseqüentemente, levando a diferenças entre sexos no uso do espaço vertical. Finalmente, evitar a concorrência por alimento pode afetar a distribuição espacial dos membros do grupo. Foram comparados dados comportamentais de uso do espaço vertical de machos e fêmeas adultos de um primata sexualmente monomórfico, o muriqui-donorte (Brachyteles hypoxanthus Kuhl, 1820) e discutidas as implicações energéticas e ecológicas de suas diferenças. O estudo foi realizado durante o período de agosto de 2006 a julho de 2007, na RPPN Feliciano Miguel Abdala, Minas Gerais, Brasil. Dados sistemáticos sobre as atividades individuais e uso dos estratos foram coletados com relação a todos os machos (n = 22) e fêmeas (n = 28) adultos de um grupo bem habituado (grupo Matão). Com base em 11.738 registros de comportamento coletados durante 2.417 amostras de scans, foram observadas diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) entre sexos no uso do espaço vertical. Especificamente, os machos passaram proporcionalmente mais tempo do que as fêmeas nos estratos inferiores durante a atividade social, o descanso, a locomoção, a alimentação e quando consumiram folhas novas, mas não com relação a outros itens. Nossos resultados sugerem que estas diferenças na utilização do espaço vertical podem ser um reflexo das diferenças energéticas dos sexos e que as pressões ecológicas podem estar relacionadas com a redução da competição direta.