Bioprospecção molecular de espécies vegetais da Mata Atlântica leva a identificação de Casearia arborea como fonte de diterpenos clerodânicos com potencial atividade antitumoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Laís Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Bioquímica Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29810
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.506
Resumo: A bioprospecção de produtos naturais a partir de coleções de extratos vegetais tem sido uma estratégia eficiente e promissora para a descoberta de novos fármacos antitumorais. O objetivo dessa pesquisa foi bioprospectar produtos naturais com potencial antitumoral de espécies vegetais nativas do bioma Mata Atlântica. Foi avaliado o potencial citotóxico de 282 extratos provenientes de 72 espécies em linhagens celulares B16F10 (melanoma), SW480 (adenocarcinoma de cólon), Jurkat (leucemia) e Vero (células epiteliais de rim de macaco). Os extratos promissores foram submetidos ao fracionamento biomonitorado e determinada a concentração inibitória do crescimento celular em 50% (IC 50 ). As espécies que apresentaram maior citotoxicidade foram Sorocea hilarii (Moraceae), espécie até então com escasso estudo fitoquímico e farmacológico e Casearia arborea (Salicaceae). Após fracionamento biomonitorado, foi realizado para as frações ativas um estudo de desreplicação, empregando-se dados de cromatografia líquida de alta eficiência acoplada ao espectrômetro de massas de alta resolução, em associação com a plataforma GNPS (Global Natural Product Social Molecular Networking). Para S. hilarii foram identificadas clusters moleculares referentes às classes megastigmanos, lignanas e saponinas esteroidais, enquanto para C. arborea foram identificados diterpenos clerodânicos e flavonoides. Na tentativa de isolar e identificar os compostos com atividade antitumoral, diferentes extratos de folhas de C. arborea foram obtidos. O extrato em diclorometano se mostrou mais citotóxico frente às linhagens SW480, MDA-MB-231 (câncer de mama) e Hep G2 (câncer de fígado). O fracionamento biomonitorado desse extrato levou a frações contendo diterpenos clerodânicos, sendo purificados e elucidados estruturalmente três diterpenos clerodânicos, dois deles inéditos: casearborina F e casearborina G. As estruturas químicas foram elucidadas empregando técnicas de espectroscopia de massas de alta resolução e por experimentos de Ressonância Magnética Nuclear unidimensional (RMN de 1 H, 13 C, DEPT 135) e bidimensional (HMBC, HSQC e NOESY). Frações contendo estes compostos induziram a morte celular por apoptose, e apresentam as propriedades antimigratórias e anticlonogênicas, assim como atuam em G0/G1 no ciclo celular de células SW480. Essa pesquisa mostra que espécies vegetais nativas da Mata Atlântica brasileira são potenciais fontes de compostos antitumorais, inclusive de novas moléculas bioativas. Palavras-chave: Bioprospecção. Mata Atlântica. Antitumoral. Sorocea hilarii. Casearia arborea. Diterpenos clerodânicos. Casearborina