Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Cordeiro, Kátia Wolff |
Orientador(a): |
Garcez, Walmir Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3160
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Resumo: |
Croton urucurana é uma árvore conhecida como “sangra d’água”, empregada na medicina popular para tratar úlceras gástricas, dores, processos inflamatórios e cânceres. Estudos prévios comprovaram sua ação antiulcerogênica utilizando o extrato metanólico de sua casca (MECu) em diversos modelos de lesão gástrica em ratos. Devido aos resultados promissores, o presente trabalho teve por objetivo prosseguir com os ensaios para avaliar a atividade antiulcerogênica e anti-inflamatória do extrato das cascas de C. urucurana e de seus compostos. A atividade gastroprotetora do MECu e do extrato hidroacetônico da casca de C. urucurana (AECu) foi avaliada frente ao modelo de indução por HCl/etanol em camundongos, assim como suas respectivas frações hexânica (HEX), acetato de etila (ACT) e hidrometanólica (HMT) do MECu e frações hexânica (HEXa), acetato de etila (ACTa) e aquosa (AQUa) do AECu. O teor de taninos condensados, hidrolisáveis e fenóis totais foi quantificado, e a fração rica em taninos (ACTa) foi menos gastroprotetorda do que a ACT, a qual se manteve gastroprotetora mesmo após a retirada dos taninos por meio de cromatografia em coluna com sílica gel (70 a 230 mesh). O perfil fitoquímico realizado por HPLC-DAD-ESI-Q-TOF-MS/MS evidenciou a presença de dissacarídeos, taninos, flavonoides, alcaloides e diterpenos. Visto a atividade promissora da ACT e da sua fração isenta de taninos, a mesma foi submetida a procedimentos cromatográficos em coluna, que permitiu a obtenção de quatro diterpenos clerodânicos: ácido hardwíickico, 12-epi-barbascoato de metila, 3-oxo-12-epi-barbascoato de metila e o inédito na litetatura 3-hidróxi-barbascoato de metila. Tanto a ACT quanto os diterpenos foram avaliados in vitro frente ao principal fator etiológico da úlcera gástrica, o Helicobacter pylori. Todas as amostras foram ativas. Em paralelo, a atividade anti-inflamatória do MECu foi avaliada por meio do modelo de edema de pata, migração leucocitária na cavidade peritoneal, assim como a antinociceptiva por meio do ensaio de contorção por ácido acético e teste de formalina. O MECu apresentou atividade anti-inflamatória e antinociceptiva (envolvendo tanto a via central quanto periférica). Com base nestes resultados, os diterpenos majoritários (ácido hardwíickico e 12-epi-barbascoato de metila) foram submetidos a avaliação tanto da atividade gastroprotetora quanto anti-inflamatória. No modelo de edema de pata induzido por carragenina, o 12-epi-barbascoato de metila teve seu pico de atuação no tempo de 60 minutos, inibindo 58,6% do edema, enquanto o ácido hardwíickico teve seu ápice aos 120 minutos, com 57,1% de inibição. Ambos diterpenos também inibiram a migração de células inflamatórias na cavidade abdominal, sendo a melhor taxa de inibição do ácido hardwíickico na dose de 50 mg/kg (61,5%) e do 12-epi-barbascoato de metila na dose de 25 mg/kg (59,9%), enquanto a indometacina (15 mg/kg) inibiu 69,5%. No modelo de lesão gástrica induzido por HCl/etanol o ácido hardwíckiico e o 12-epi-barbascoato de metila na menor dose, apresentaram taxas de inibição da lesão de 82,3% e 90,3% respectivamente. As dosagens bioquímicas realizadas com o tecido gástrico evidenciaram que tais diterpenos diminuíram a infiltração de células inflamatórias para o local da lesão, por reduzir níveis de mieloperoxidase (MPO), e o ácido hardwíckiico foi capaz de reduzir a peroxidação lipídica evidenciada pelos níveis de malondialdeído. Nenhum dos diterpenos aumentaram os níveis de glutationa reduzida, superóxido dismutase e catalase. Estes dados sugerem que os diterpenos exercem a sua atividade anti-úlcera por estimular os fatores citoprotetores, inibindo a migração de células inflamatórias e no caso do ácido hardwíckiico reduzindo a peroxidação lipídica. Tais resultados reforçam o potencial terapêutico da espécie, corroborando com o seu uso popular anti-inflamatório e antiúlcera, indicando que os diterpenos contribuem significativamente para estas ações biológicas. |