Herança do teor de isoflavonas em sementes de soja (Glycine max (L.) Merrill)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Chiari, Lucimara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10487
Resumo: Os efeitos benéficos à saúde associados às isoflavonas da soja incluem a atenuação dos sintomas da menopausa, redução da osteoporose, melhora dos níveis de colesterol do sangue, diminuição do risco de certos tipos de câncer e de doenças coronarianas. Os teores e a composição de isoflavonas variam de acordo com a parte morfológica da semente de soja (cotilédone, hipocótilo e tegumento); e, também, em função do genótipo e das condições ambientais. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar os efeitos do genótipo do embrião, do genótipo nuclear e citoplasmático da planta-mãe, bem como os mecanismos de ação gênica e grau de dominância para a característica teor de isoflavonas em sementes de soja; estimar herdabilidades e correlações entre as formas de isoflavonas encontradas e entre cada forma e a característica teor de proteína. Para isso, foram estudadas populações derivadas dos cruzamentos recíprocos entre IAC-100 (alto teor de isoflavonas) e BARC-8 (baixo teor de isoflavonas), obtidas no verão de 2000/2001. Os teores das isoflavonas foram determinados por cromatografia líquida de alta eficiência e o teor protéico pelo método de Kjeldahl. Foram analisados três contrastes para verificar efeitos de dominância, citoplasmático e materno. O efeito citoplasmático foi testado juntamente com os efeitos epistáticos entre genes citoplasmáticos e nucleares pela análise de variância (ANOVA) do modelo genético Y ijk = m + n j + c i + (cn) ij + ε ijk. Em que: Y ijk = valor observado no citoplasma i no núcleo j na repetição k; m= média geral; c i = efeito do i-ésimo citoplasma; n j = efeito do j-ésimo núcleo e; (cn) ij = efeitos epistáticos entre os genes citoplasmáticos e nucleares; ε ijk = erro experimental. Os componentes de médias foram estimados utilizando dois modelos genéticos, um com e outro sem interação epistática citoplasma x núcleo, utilizando o método dos quadrados mínimos ponderados. A importância relativa de cada componente genético foi avaliada pelo método de eliminação de Gauss. Seis formas de isoflavonas foram detectadas nas sementes de soja: daidzina, genistina, glicitina, malonildaidzina, malonilgenistina e malonilglicitina. Glicitina e malonilglicitina não foram significativamente contrastantes entre os progenitores. Os resultados indicam a existência de efeito materno e citoplasmático atuando sobre os teores das isoflavonas estudadas. Tais informações são relevantes nos processos de seleção para estas características, pois na presença de pelo menos um desses efeitos, a seleção praticada em sementes F 2 é inferior àquela baseada na média das plantas F 2 , ou na média de progênies. Na análise dos componentes de médias os resultados foram similares para o teor de daidzina e malonildaidzina, pois todos os parâmetros foram significativos pelo teste t e o efeito citoplasmático foi o de maior importância relativa. Porém, para o teor de genistina, os efeitos aditivos, de desvio de dominância e de interação citoplasma x dominância não foram significativos e o efeito citoplasmático foi o efeito mais importante. Já para o teor de malonilgenistina os parâmetros genéticos significativos foram: efeitos aditivos e epistáticos citoplasma x aditivo e citoplasma x dominante, sendo o efeito aditivo o de maior importância relativa. Tais informações podem ser úteis na escolha do melhor progenitor materno, o qual possua o melhor citoplasma, para aumentar o ganho na seleção. Devido à influência dos efeitos materno e citoplasmático sobre os teores das isoflavonas estudadas foi necessário estimar as herdabilidades para essas características com base na progênies F 3 . As sementes F 3 foram obtidas, juntamente com sementes dos progenitores, na safra 2001/2002. A herdabilidade no sentido amplo para os teores de daidzina, genistina, malonildaidzina, malonilgenistina e teor de isoflavonas totais foram superiores a 90%, sugerindo sucesso na seleção feita em gerações precoces. A herdabilidade no sentido amplo para o teor de proteína foi 33%. Os coeficientes de correlações fenotípicas entre as isoflavonas foram positivos e de grande magnitude (>0,80), indicando que essas características podem ser melhoradas simultaneamente. Os coeficientes de correlações fenotípicas entre as isoflavonas estudadas e o teor de proteína foram todos negativos, e entre isoflavonas totais e teor de proteína foi 0,47, confirmando a tendência de correlação negativa entre essas características.