Otimização da irrigação localizada em pomares de manga no semi-árido baiano
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Doutorado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/653 |
Resumo: | O objetivo neste trabalho foi avaliar a utilização da irrigação com déficit regulado (RDI) como alternativa de manejo da irrigação em pomar de manga visando a otimização da eficiência de uso da água (EUA), no semi-árido, e determinar a transpiração da cultura e a EUA para cada manejo de irrigação testado. A pesquisa foi desenvolvida em um pomar de manga Tommy Atkins com 9 anos de idade, espaçadas de 8 x 8 m sob microaspersão e de 8 x 4 m sob gotejamento, localizado em Guanambi, sudoeste da Bahia, durante dois ciclos produtivos da cultura. No primeiro, entre 18/07 a 07/11/2006, foram acompanhados o manejo da irrigação com déficit regulado e a produtividade da cultura, e no segundo, entre 20/06 e 11/10/2007, além destes parâmetros mediu-se também o teor de água do solo, o potencial matricial do solo (ψm), o potencial hídrico do ramo (Ψstem) e o fluxo de seiva na planta (FSp). Os déficits foram aplicados nas fases I, II e III de crescimento do fruto, que corresponderam respectivamente a 60, 31 e 20 dias em 2006 e a 51, 31 e 31 dias em 2007. No ano de 2006 o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em parcelas constituídas por uma planta de manga, com 10 tratamentos e cinco repetições, sob gotejamento, e com 10 tratamentos e três repetições, sob microaspersão. Em 2007 os tratamentos foram reduzidos para 8 e o delineamento e repetições foram mantidos. Em 2006 os tratamentos consistiram no controle (T0) e na aplicação da irrigação com déficit regulado com 40 (T1, T2 e T3), 60 (T4, T5 e T6) e 80% da ETc (T7, T8 e T9) nas fases I, II e III de desenvolvimento do fruto. Em 2007, foram mantidas o controle com irrigação de 100% da ETc em todas as fases (T2) e os tratamentos sob RDI com 60% da ETc (T3, T4 e T5), foram acrescentados os tratamentos sem irrigação (T1) e sob RDI com 30% da ETc (T6, T7 e T8) nas fases I, II e III. O ψm foi determinado através de tensiômetros, com leituras semanais, antes e depois do evento de irrigação e o Ψstem foi determinado semanalmente utilizando-se uma câmara de pressão de Scholander. O teor de água do solo foi determinado em vários pontos de dois planos verticais perpendiculares entre si por meio da reflectometria no domínio do tempo (TDR). O primeiro, de 1,0 x 1,0 m, em malha de 0,25 x 0,25 m, partindo do tronco em direção transversal às linhas de plantio e o segundo, de 0,75 x 0,75 m, na mesma malha, partindo do tronco em direção longitudinal à linha de plantio. As leituras, obtidas das sondas, foram executadas e armazenadas a cada 15 minutos, durante uma semana por fase, por um conjunto TDR/ datalogger . Foram acompanhados sempre 2 tratamentos ao mesmo tempo, sendo, T2 e T3 na fase I, T2 e T4 na fase II e T2 e T5 na fase III, com e sem cobertura da área sombreada pela planta. A partir do balanço de água no solo com base nos teores de água encontrados foi estimada a evapotranspiração da cultura (ETc). O fluxo de seiva na planta (FSp) foi estimado através do método da sonda de dissipação térmica a partir da diferença de temperatura entre as sondas de 16 sensores, instalados em 16 mangueiras, registradas a cada 15 minutos em um conjunto datalogger / multiplexador . Ao final de cada ciclo produtivo os frutos foram coletados, avaliados quanto a qualidade, quantificados e pesados, para o cálculo da EUA. Em todos os tratamentos com RDI, o ψm se manteve entre 0 e -11 kPa, não caracterizando situação de déficit hídrico. Apenas no tratamento T1, o ψm variou entre -30 e - 75 kPa, caracterizando ligeiro déficit hídrico. O Ψstem variou entre -0,83 e -1,53 MPa, no tratamento T2, entre -1,33 e - 1,83 MPa, no T1 e entre -0,83 e -1,70 MPa nos tratamentos com RDI. Os tratamentos T1, T7 e T8 foram estatisticamente diferentes dos demais, pelo teste de Tukey (p < 0,05) mostrando que as diferenças no manejo da irrigação com RDI foram constatadas através deste parâmetro (Ψstem.). A ETc estimada através do balanço hídrico do solo variou entre 2,14 e 4,18 mm dia-1 no tratamento T2, enquanto a absorção de água pela planta variou entre 2,11 e 3,51 mm dia-1. Para os tratamentos T3, T4 e T5 os valores de ETc estimados ficaram entre 1,19 e 2,43 mm dia-1 e os de absorção de água pela planta entre 0,90 e 1,83 mm dia-1. O FSp estimado variou entre 0,76 e 1,42 L m-2 dia-1, no tratamento T2, entre 0,39 e 0,79 L m-2 dia-1 no T1 e foi em média de 0,82 L m-2 dia-1, nos tratamentos T3, T4 e T5, e de 0,71 L m-2 dia-1, em T6, T7 e T8. A produtividade da mangueira bem como a EUA calculada não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos, pelo teste de Tukey (p < 0,05), nos dois anos avaliados. Os resultados mostram a possibilidade de redução dos níveis de irrigação aplicados atualmente, sem prejuízos de qualidade dos frutos ou de significativas perdas de produtividades do pomar, a partir da aplicação de déficits controlados na irrigação das fases de crescimento de fruto. |