Entre o medo e a esperança: um estudo sobre os usos e sentidos do treinamento cerebral no Brasil
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Externas/Outras Instituições |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31361 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objeto de análise os usos e sentidos das práticas de treinamento cerebral na realidade brasileira. Este tipo de treinamento, também chamado de treinamento cognitivo e ginástica cerebral, diz respeito à prática guiada de determinados exercícios e jogos com o objetivo de preservar ou melhorar as habilidades cognitivas e/ou a cognição como um todo. O objetivo central deste trabalho é mapear e analisar os sentidos atribuídos pelas empresas de treinamento cerebral e seus clientes às próprias atividades de treinamento cerebral. Para atingir tal objetivo realizamos a análise de conteúdo de dois conjuntos de dados: a) informações textuais dos sites oficiais das três franquias de treinamento cerebral existentes no Brasil (Supera, Super Cérebro e Ginástica do Cérebro) assim como das principais plataformas virtuais brasileiras (Supera Online, NeuroForma, Afinando o Cérebro e Mente Turbinada); b) transcrições de entrevistas semiestruturadas com dez clientes destas empresas, com idades entre 22 e 87 anos, e que praticavam regulamente tais atividades. Após analisarmos o conteúdo dos sites e das entrevistas pudemos observar que os sentidos do treinamento cerebral se relacionam, para os clientes, a uma série de medos e esperanças – e também à busca por diversão e sociabilidade. Dentre os medos destaca-se aquele relacionado à possibilidade de desenvolver a doença de Alzheimer ou algum outro quadro demencial que prejudique suas funções cognitivas e os levem a perder a autonomia e se tornarem dependentes de outras pessoas. Por outro lado, a busca por atividades de treinamento cerebral se relaciona também à esperança de reverter ou interromper o “declínio cognitivo” e de evitar, assim, o desenvolvimento de uma demência. As empresas, por sua vez, fomentam em seus clientes e potenciais clientes, através dos seus sites publicitários, diferentes formas de esperança, em especial a esperança de um futuro com capacidade cognitiva nas diversas etapas da vida. É possível dizer que o que há em comum entre aquilo que é vendido pelas empresas e aquilo que é comprado por seus clientes é a esperança. Apontamos, por fim, para as técnicas de treinamento cerebral como tecnologias da esperança, devido ao fato de serem utilizadas pelas empresas do ramo para fomentarem em seus clientes e potenciais clientes a crença de que é possível agir no presente de forma a preservar e aprimorar as habilidades cognitivas, a prevenir doenças como o Alzheimer e a prolongar o tempo de vida com saúde, autonomia e independência. Palavras-chave: Treinamento cognitivo. Ginástica Cerebral. Aprimoramento Cognitivo Não-Farmacológico. |