Possíveis efeitos do silício no desenvolvimento da estria bacteriana do trigo

• Ano de defesa: 2008
• Autor(a) principal: Silva, Ivanete Tonole da
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa; BR; Etiologia; Epidemiologia; Controle; Doutorado em Fitopatologia; UFV
• Palavras-chave em Português: Silício; Estria bacteriana; Trigo; Silicon; Bacterial streak; Wheat; CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::AGRONOMIA::FITOSSANIDADE::FITOPATOLOGIA
• Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1056

O presente trabalho avaliou o efeito do silício (Si) no desenvolvimento da estria bacteriana do trigo, causada pela bactéria Xanthomonas translucens pv. undulosa (Xtu), e investigou por meio de microscopia e de marcadores bioquímicos mecanismos de defesa possivelmente potencializados pelo elemento Si. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Plantas de trigo da cultivar BR18 foram cultivadas em vasos plásticos contendo 1 kg de solo, ao qual adicionou-se 0,387 g de carbonato de cálcio p.a. (tratamento sem Si) ou 0,30 g Si kg-1 de solo (tratamento com Si) sob a forma de silicato de cálcio ou volastonita. Os ensaios foram conduzidos em duas etapas. Na primeira, plantas de trigo entre o 37o e o 41o dia após a semeadura (d.a.s) foram inoculadas com suspensão bacteriana (OD540 = 0,05 ou OD540 = 0,1) para avaliar os componentes de resistência período de incubação (PI), período latente (PL), dinâmica populacional da bactéria in planta (DP), extravasamento de eletrólitos (EE) e severidade real da doença. Estes ensaios foram conduzidos duas vezes. Na segunda etapa, plantas de trigo entre o 37o e o 41o d.a.s foram inoculadas com suspensão bacteriana (OD540 = 0,1) para quantificar a atividade enzimática das quitinases (QUI), peroxidases (POX) e polifenoloxidases (PFO). Determinou-se também a concentração dos compostos fenólicos solúveis totais (CFST) e dos derivados da lignina ácido tioglicólico (DLATG). Amostras para a análise microscópica e dos teores foliares de Si e de cálcio foram coletadas em ambas etapas do trabalho. Para os teores foliares de Si e cálcio verificou- se diferença significativa apenas para o fator Si. Plantas supridas ou não com o elemento Si não diferiram estatisticamente quanto aos componentes de resistência PI, PL, DP, EE e severidade. Diferenças significativas e pontuais entre plantas supridas e não supridas com Si foram obtidas na determinação da atividade enzimática das POX, PFO e DLATG. No que diz respeito à determinação das QUI, diferenças estatísticas foram obtidas ao longo de todo o período de avaliação. Neste caso, plantas de trigo não supridas com Si e infectadas pela Xtu foram as que apresentaram maior atividade. Observações ao microscópio eletrônico de varredura revelaram degradação de cutícula e viiicolapso do tecido parênquimático em folhas de trigo infectadas. Estas observações nos permitem concluir que tais danos estruturais ocorreram em função da presença do patógeno Xtu. Mecanismos de resistência potencializados pelo Si não foram observados.