Efeito do silício no desenvolvimento da mancha marrom do trigo: componentes de resistência e respostas fisiológicas e bioquímicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Domiciano, Gisele Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Mestrado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4435
Resumo: Este trabalho objetivou avaliar o efeito do silício (Si) em alguns componentes de resistência de plantas de trigo à mancha marrom causada por Bipolaris sorokiniana bem como, respostas fisiológicas e bioquímicas potencializadas por esse elemento. Para isso, plantas das cultivares de trigo, BR-18 e BRS-208 foram crescidas em vasos contendo 0 e 0,30 g Si/kg de solo e inoculadas aos 45 dias após emergência com B. sorokiniana. Foram avaliados os componentes de resistência: período de incubação (PI), número médio de lesões por cm2 de área foliar (NL), tamanho médio de lesão (TML) e área abaixo da curva do progresso da mancha marrom (AACPMM). Para avaliar se o Si poderia potencializar respostas fisiológicas e bioquímicas mensurou-se a taxa fotossintética (TF), a concentração de compostos fenólicos solúveis totais (CFST), a concentração de derivados da lignina-ácido tioglicólico (LATG), e a atividade das enzimas quitinases (QUI), peroxidades (POX) e polifenoloxidases (PFO). Neste estudo verificou-se que a concentração foliar de Si foi 90,5% superior em plantas supridas com esse elemento em relação às plantas não supridas com Si. Nas folhas das plantas supridas com Si foi observado grande deposição de Si em ambas as cultivares por meio de microanálise de raios-X. Nessas plantas, o PI foi prolongado em cerca de 10 h, possivelmente pelo impedimento físico à penetração do fungo oriundo da deposição desse elemento na superfície foliar. Verificou-se também que em plantas supridas com Si este elemento reduziu o NML, o TML e a AACPMM em 38%, 58% e 62%, respectivamente, em relação a plantas não supridas com Si. Além disso, as concentrações foliares de Si correlacionaram-se positivamente com o PI (r = 0,62) e negativamente com a AACPMM e o TML (r = -0,57 e -0,70, respectivamente). Os componentes de resistência de plantas supridas com Si e inoculadas com B. sorokiniana foram diferentes daqueles mensurados em plantas inoculadas e não supridas com esse elemento. Como houve variação apenas desse elemento nos experimentos podemos concluir que o Si aumentou a resistência de plantas de trigo à mancha marrom. A TF foi reduzida nas folhas bandeira e em folhas abaixo da folha bandeira das plantas das duas cultivares de trigo a partir de 48 horas após a inoculação (HAI). Porém, em plantas supridas com Si a TF manteve-se mais elevada no decorrer das avaliações, possivelmente devido a menor severidade da mancha marrom nessas plantas. Alterações na produção de CFST e na concentração dos derivados da LATG também foram observadas. Apesar da produção de CFST ter oscilado, esta foi significativamente menor em folhas de plantas supridas com Si durante o período amostrado. Mas é pouco provável que tenha contribuído para aumentar a resistência do trigo à mancha marrom. Entretanto, na presença de Si, o decréscimo na concentração de CFST, em plantas supridas com Si, foi acompanhado com aumento na LATG e decréscimo na severidade da mancha marrom. Altas concentrações de LATG em plantas inoculadas e supridas com Si podem ter contribuído para aumento no nível de resistência das cultivares de trigo à mancha marrom. A atividade das QUI foi significativamente maior em plantas de ambas as cultivares supridas com Si a partir das 48 HAI. A atividade da POX foi maior apenas em plantas da cultivar BRS- 208 supridas com Si. Uma vez que plantas supridas com esse elemento apresentaram baixa severidade da doença a maior atividade das enzimas QUI e POX podendo indicar a participação dessas enzimas na defesa de plantas de trigo à mancha marrom. PFO, entretanto não teve sua atividade alterada em plantas supridas ou não com Si. Dos resultados deste estudo resultam as primeiras evidências de que o Si afeta a severidade da mancha marrom pela alteração de alguns componentes de resistência e pela potencialização de repostas de defesa fisiológicas e bioquímicas. Dessa forma, o Si tem grande potencial para ser usado como medida no manejo da mancha marrom do trigo no futuro.