Pedogeomorfologia de depressão nos Tabuleiros Costeiros do norte do Espírito Santo
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Gênese, Morfologia e Classificação, Mineralogia, Química, Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1655 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi investigar a gênese dos solos sobre a Formação Barreiras na Depressão do Cupido (município de Sooretama, Estado do Espírito Santo), pela identificação de dados da rede de drenagem, relevo e lineamentos estruturais, por meio de interpretação de imagens de satélite, e estudo dos solos em topossequência, complementados por análises físicas (análise granulométrica e densidade do solo), química de fertilidade, extrações seletivas pelos métodos ditionito-citrato-bicarbonato (DCB), oxalato ácido de amônio e pirofosfato de sódio para determinação dos teores de Fe, Al e Si (espectrometria de absorção atômica em chama), identificação dos elementos traços pelo método água régia (espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado), fracionamento das substâncias húmicas e determinação dos teores de C e N, via úmida por dicromatometria e fonte externa de calor, e análises mineralógicas da fração argila. O estudo revelou um desenvolvimento inicialmente dependente de materiais que favorecem o acúmulo da água (lençol freático aflorante e lençol freático suspenso) e atuante na deflagração de processos pedogenéticos vinculados a hidromorfismo sazonal e variável. Os fatores condicionantes mais destacados são: 1) a horizontalidade dos sedimentos continentais do Barreiras; 2) a tendência de arranjo face-a-face planar da caulinita combinada a baixos teores de ferro, favorecendo coesão; 3) a natureza ácida dos depósitos areno-argilosos do Barreiras; 4) a tendência à erosão laminar e 5) a pedogênese na formação do duripã. Lineamentos estruturais parecem condicionar a direção de maior desenvolvimento da depressão. Os solos representam uma topossequência pedológica clássica, variando desde Argissolos Amarelos com a presença de petroplintita a Argissolos Acinzentados e Espodossolos com duripãs. Identificaram-se os seguintes estágios de transformação: desferrificação, desestruturação da argila por ferrólise, ferro remobilizado, posterior formação de aluminossilicatos amorfos, cimentação do duripã na zona vadosa do lençol freático mais elevado, rebaixamento do lençol freático, destruição da caulinita e dos aluminossilicatos amorfos no nível do duripã pretérito por acidólise, formação de solos arenosos, mobilização e iluviação de matéria orgânica ácida com alumínio, cimentação dos horizontes espódicos ativos por géis aluminosos e / ou aluminossilicatos amorfos e destruição por acidólise de parte do horizonte espódico sob a influência direta do lençol freático. Na Depressão do Cupido a densidade do solo aumenta com a profundidade e com o aumento da cimentação. Os diferentes graus de cimentação estão na dependência dos compostos aluminosos amorfos e aluminossilicatos amorfos, crescentes com o aumento do endurecimento. Os teores de COT aumentam da parte mais elevada para a mais baixa da topossequência. O pedoambiente de maior movimentação da fração solúvel, sobretudo ácidos fúlvicos, seguido de ácidos húmicos, é encontrado nos Espodossolos e no duripã do Argissolo Acinzentado. O crescente aumento da dissolução das caulinitas e dos aluminossilicatos amorfos do duripã contribui para os acréscimos do alumínio no pedoambiente. O Al ligado à matéria orgânica aumenta com a profundidade, revelando processos ativos de podzolização. A acidez do horizonte A assinala a precipitação de complexos orgânicos neste horizonte e mobilização do Al complexado, posteriormente imobilizado nos horizontes espódicos, mantida pela impermeabilidade do horizonte com cimentação, e/ou, pelo lençol freático. A cobertura pedológica da Depressão do Cupido encontra-se em desequilíbrio, e a frente de transformação avança de jusante para montante. As depressões do Barreiras podem ser consideradas abatimentos pedogenéticos, em que o rebaixamento e evolução da paisagem são governados pela destruição de argila, assistida pelos condicionantes geoestruturais e sedimentológicos. |