Gênese e degradação de duripãs em uma toposseqüência dos tabuleiros costeiros, Conde-BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Romero, Ricardo Espíndola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20231122-093558/
Resumo: Os duripãs são horizontes cimentados que causam impedimento à penetração das raízes e da água. Comumente ocorrem em regiões áridas e semi-áridas, com grau variável de cimentação por sílica associada a carbonato de cálcio, podendo conter óxidos de ferro. A formação de duripãs está relacionada com áreas de depressões fechadas e vem sendo constatada nos Tabuleiros Costeiros, onde as precipitações pluviais são mais elevadas, porém, com indícios de que os agentes cimentantes apresentam composição diferente das observadas em ambiente de clima mais seco. Em função da escassez de informação sobre os duripãs de áreas mais úmidas e da importância dos solos dos Tabuleiros, desenvolveu-se este trabalho com os objetivos de caracterizar os agentes cimentantes dos duripãs, identificar processos que atuaram na gênese e os que podem agir na degradação dos horizontes cimentados nessas áreas. Para tanto, foi analisada uma toposseqüência localizada no município de Conde - BA, inserida na unidade dos Tabuleiros Costeiros, na qual são encontradas espessas camadas de duripã no topo da vertente. Foram utilizadas sete trincheiras para descrição morfológica e coleta das amostras dos horizontes. O material foi submetido a determinações químicas, físicas, mineralógicas e análises por microscopia ótica e eletrônica de varredura (MEV). Os solos foram classificados como Argissolo Acinzentado Distrófico duripânico (PACd), Argissolo Amarelo Distrófico duripânico (PAd1), Argissolo Amarelo Distrófico fragipânico (PAd2), Argissolo Amarelo Distrófico fragipânico plíntico (PAd3), Argissolo Amarelo Distrófico plíntico (PAd4), Argissolo Amarelo Distrófico plíntico (PAd5) e Plintossolo Pétrico Concrecionário Distrófico típico (FFcd). Os resultados mostram que os solos são constituídos por material bastante intemperizado, de baixa fertilidade natural, com horizontes subsuperficiais argilosos a muito argilosos. A mineralogia dos duripãs é relativamente semelhante a dos horizontes não cimentados. Embora ocorram anatásio e gibbsita em alguns horizontes, a fração argila é predominantemente caulinítica, o que favorece a formação de uma matriz densa, observada nos duripãs. Os maiores teores de silício e alumínio amorfos são encontrados nos duripãs, concluindo-se que estes compostos atuam na cimentação destas camadas. A extração por oxalato de amônio também indica uma maior participação do alumínio como agente cimentante, pois as concentrações são maiores que as de silício. No entanto, os elevados teores de ambos os constituintes nas camadas cimentadas, Al2O3 (22,96 g kg-1) e SiO2 (2,34 g kg-1), apresentam-se várias vezes superiores aos encontrados nos horizontes de baixa concentração, que são respectivamente de 1,51 g kg-1 para o alumínio e 0,13 g kg-1 para o silício. As análises revelam que os processos de acumulação de argila e de compostos químicos, tais como sílica e alumínio amorfos, estão associados à gênese dos duripãs. Com a acumulação de argila nos horizontes cimentados, observa-se uma redução dos poros interconectados e da porosidade em geral. Os compostos químicos acumulados em algumas zonas de poros das camadas cimentadas, apresentam feições de material criptocristalino, indicadas por MEV como áreas com concentrações de silício. Entretanto, zonas com desenvolvimento de uma porosidade mais interconectada e formação de microagregados sugerem a atuação de processos de degradação nesses duripãs.