Ecologia reprodutiva mediada por azadiractina no percevejo predator Blaptostethus pallescens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Celestino, Daiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Mestrado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3984
Resumo: O uso de inseticidas ainda é a principal forma para o controle de pragas. Em decorrência da preocupação social quanto à sustentabilidade, novos compostos vêm sendo usados na tentativa de reduzir o impacto ambiental de inseticidas, os chamados bioinseticidas. Estudos têm sido feitos para mensurar a eficiência de inseticidas para o controle de pragas e seus efeitos a organismos não-alvo. No entanto, além da investigação dos efeitos letais destes compostos, é necessário o estudo dos efeitos subletais em inimigos naturais, estes estudos vêm aumentando, mas ainda se concentram em poucas espécies. Os percevejos predadores da família Anthocoridae desempenham importante papel no controle biológico de muitas pragas, como a traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyirick) (Lepidoptera: Gelechiidae), de grande importância econômica. Uma espécie pouco conhecida, mas frequentemente encontrada em campos de tomate, é Blaptostethus pallescens Poppius (Hemiptera: Anthocoridae) que, portanto vem sendo exposta aos inseticidas usados para o controle da praga, mas pouco se sabe sobre estes efeitos neste predador. Neste trabalho foram avaliados os efeitos letais de três inseticidas - clorpirifós, deltametrina e azadiractina ao B. pallescens usando suas respectivas doses de campo. Posteriormente, azadiractina foi selecionada para avaliação de efeitos subletais no comportamento e na reprodução. Os inseticidas clorpirifós e deltametrina causaram 100% de mortalidade em até 4 horas, enquanto que os insetos expostos a azadiractina tiveram sobrevivência semelhante ao controle. Com o objetivo de avaliar os efeitos deste inseticida no comportamento de locomoção, insetos foram colocados em arenas tratadas com resíduos de azadiractina e controle para a mensuração de parâmetros do caminhamento como número de paradas, tempo parado, distância percorrida e velocidade. Não houve diferença significativa entre os tratamentos. Para avaliação da irritabilidade e repelência foi mensurado o tempo e a proporção de indivíduos, respectivamente, que permaneceram na área contendo resíduos de inseticidas em arenas parcialmente tratadas. Os resultados indicaram que B. pallecens não exibiu irritabilidade e repelência mediante a exposição aos resíduos de azadiractina. Posteriormente casais foram submetidos a 4 tratamentos com azadiractina casal sem tratamento inseticida (i.e., controle), apenas fêmea tratada, apenas o macho tratado e o casal tratado onde foram coletados dados de longevidade das fêmeas, fecundidade diária, fertilidade e a razão sexual da geração F1. Estes resultados foram usados em uma projeção matricial que gerou dados como as taxas líquidas reprodutivas, taxas de incremento populacional e tempo de geração para cada tratamento. Os resultados indicaram um maior feito do inseticida para o casal tratado, seguido por fêmea ou macho tratado e por último o controle. Ainda assim, o inseticida azadiractina se mostrou seguro para o predador B. pallescens e, portanto um candidato para ser usado no controle de T. absoluta permitindo a compatibilização entre uso deste inseticida sem comprometimento da ação predadora sobre esta espécie praga.