Frequência cardíaca máxima em atletas de natação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Rafael Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Aspectos sócio-culturais do movimento humano; Aspectos biodinâmicos do movimento humano
Mestrado em Educação Física
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3484
Resumo: Esta dissertação é composta de três capítulos. O primeiro capítulo teve como objetivo verificar se o fator sexo é determinante na frequência cardíaca máxima (FCM) obtida em testes máximos específicos para natação. Fizeram parte do estudo 47 atletas de natação (com média de idade de 17,89 ± 3,02 anos, massa corporal de 65,74 ± 10,05 quilos, estatura de 1,71 ± 0,08 metros e percentual de gordura de 14,42 ± 7,27%), bem treinados, divididos em 33 homens e 14 mulheres e separados em três subgrupos: atletas universitários (G1), atletas de elite da categoria juvenil (G2) e atletas de elite da categoria junior (G3). Todos os avaliados foram submetidos a um teste máximo, específico para nadadores para a obtenção da FCM. Utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para a verificação da normalidade dos dados. A partir disto, foi aplicado o teste F da análise de variância, a fim de comparar os resultados de FCM obtidos. Em todos os casos o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Como resultado, foi verificado que entre os nadadores do G1 foram obtidos valores de FCM de 190,8 ± 7,4 bpm para os homens e 187 ± 9,6 para mulheres. Para os nadadores do G2, foram obtidos valores de 192,08 ± 8,7 bpm para os homens e 188 ± 15,1 bpm para mulheres, enquanto que para G3 correspondeu a 183,5 ± 4,2 bpm para os homens e 189,6 ± 11,8 bpm para mulheres. Quando considerada a totalidade dos avaliados, os valores de FCM corresponderam a 189 ± 4,5 bpm para os homens e de 188,5 ± 11,06 bpm para as mulheres. Em todos os grupos avaliados não houve diferença significativa da FCM em função do sexo, podendo concluir que em atletas de mesmo nível técnico e idade, este fator não influi na resposta da FCM quando aplicados teste máximos de natação. O segundo capítulo desta dissertação teve como objetivo validar um teste máximo para a obtenção da FCM específica para atletas de natação. Para isso, o grupo amostral deste estudo foi composto por 15 atletas de nível universitário (11 homens e 4 mulheres), com idade de 21,27 ± 2,49 anos, massa corporal de 71,52 ± 11,01 kg, estatura de 1,74 ± 0,08 metros e percentual de gordura de 18,14 ± 6,06, que nadaram as distâncias de 100 e 200 metros em velocidade máxima buscando atingir a FCM. Parâmetros como PSE, concentração de lactato, velocidade de nado e frequência de braçadas foram utilizados como critérios para comprovar a validade dos testes. Houve também a realização de retestes para a comprovação da fidedignidade e objetividade dos mesmos. Para estes últimos foi realizada a correlação de Spearman com nível de significância de 1%. Como resultado desta metodologia, as FCM obtidas no teste e reteste na distância de 100 metros foram de 187,67 ± 7,23 bpm e 188,33 ± 8,33 bpm; enquanto que na distância de 200 metros foram de 187,67 ± 7,54 bpm e 189,53 ± 8,07 bpm, respectivamente. Os testes foram validados tendo em vista a PSE (19,28 ± 0,49) e concentração de lactato (11,09 ± 2,12 mmol.l-1) obtidos ao final, além de que, todos tiveram a velocidade de nado nos testes e retestes superiores a 85% do seu melhor tempo; e também, um aumento da frequência de braçadas nos últimos 25 metros de teste. Da mesma forma, os testes, nas duas distâncias propostas, apresentaram elevada fidedignidade e validade, apresentando valor de &#961; de 0,91 para o teste/resteste de 100 metros e 0,95 para o de 200 metros. Sendo assim, como conclusão deste trabalho, foi comprovado que tanto o teste de 100 quanto o teste de 200 metros, realizados em máxima intensidade em natação são capazes de gerar, com precisão, a FCM de atletas de nível universitário. O terceiro capítulo objetivou verificar a relação dos parâmetros: idade, massa corporal, estatura, percentual de gordura, IMC e BSA) com a FCM obtida em exercício máximo de natação, além de propor uma equação de predição da FCM para nadadores e comparar os resultados obtidos com equações pré-estabelecidas como FCM = 220-idade, FCM = 208,75 (0,73 x idade) gerada a partir de exercício de corrida e FCM = 205 (0,687 x idade), oriunda de prática em cicloergômetro. Utilizou-se os mesmos voluntários do primeiro estudo para compor a amostra deste trabalho. Assim como anteriormente, todos os avaliados foram submetidos a um teste máximo, específico para nadadores para a obtenção da FCM. Para a verificação da correlação entre a FCM e os fatores: idade, velocidade de nado e variáveis antropométricas, foi utilizada a correlação de Pearson. Para gerar as equações de regressão a partir das correlações, foi utilizada a regressão múltipla stepwise. Com o objetivo de comparar os resultados de FCM obtidos em teste e os estimados pelas equações foram realizados testes de Mann-Whitney Rank Sum Test. Em todos os casos foi adotado um nível de significância de p < 0,05. Quando feita a correlação das variáveis que poderiam interferir na FCM atingida pelos nadadores, somente a variável idade, especificamente dentro do grupo de atletas universitários, se mostrou relacionada à FCM dos atletas avaliados. No entanto, a equação gerada para especificamente para este grupo apresentou baixos valores probabilísticos, atendendo a apenas 20,45% destes atletas. Quando comparados com os valores de FCM obtidos em teste de natação, todas as equações de predição testadas se mostraram estatisticamente diferentes. Sendo assim, concluiu-se com este trabalho que, na ausência de correlação entre as variáveis, não foi possível gerar uma equação de qualidade para estimar a FCM para nadadores. Além disso, equações preditoras da FCM já existentes não são recomendadas para prever estes valores para nadadores.